A TIM concluiu esta semana a maior operação brasileira de títulos ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança), com a emissão de R$ 1,6 bilhão em debêntures do tipo Sustainability–Linked Bond (SLB), vinculadas a metas sociais e de sustentabilidade.
A primeira delas é aumentar a ecoeficiência no tráfego de dados em 80%, até 2025, o que consiste em reduzir o gasto de energia mantendo a qualidade de produtos e serviços, independente do aumento do uso de dados pelos clientes.
A segunda meta definida é levar a tecnologia 4G a todos os 5.570 municípios do Brasil até 2023.
Os recursos obtidos com a emissão vão financiar projetos de implantação, ampliação e modernização de redes fixa e móvel em diferentes tecnologias, incluindo 5G.
“A conclusão dessa emissão de debêntures consolida a longa trajetória da TIM no terreno da sustentabilidade e das práticas sociais. A preocupação da TIM com seu papel social e ambiental não começou agora. Vem do tempo em que ainda nem se usava o termo ESG”, diz o CEO da companhia, Pietro Labriola.
A operação foi coordenada pelo Itaú BBA. Com vencimento em 2028, as debêntures terão atualização monetária pela variação do IPCA e juros remuneratórios correspondentes à sobretaxa de 4,1682% ao ano.
Caso as metas ESG sejam cumpridas, os juros remuneratórios serão reduzidos, podendo chegar a uma contração máxima de 0,25% ao ano, segundo informações Tim divulgadas aos acionistas e investidores.
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Fortalecimento de títulos ESG
Na avaliação de Guilherme Maranhão, responsável por operações de renda fixa do Itaú BBA, a operação é um grande exemplo de como o mercado local está acompanhando a tendência internacional de fortalecimento dos títulos sustentáveis.
“Enquanto instituição financeira, estamos comprometidos a auxiliar nossos clientes na transição para uma economia mais sustentável, seguindo metodologias e diretrizes específicas para a estruturação de emissões ESG que contem com uma boa governança, ou o ‘G’ da sigla”, afirma Maranhão.
As metas escolhidas para ancorar as debêntures foram submetidas a uma verificação independente, a cargo da certificadora internacional Bureau Veritas.
“Além da verificação externa , a TIM também se preocupou em trazer a máxima transparência possível a sua operação. Nesse sentido, foi a primeira empresa brasileira a preparar e tornar público o seu framework para títulos e empréstimos sustainability linked – nas versões português e inglês – para captação no mercado local, ligando a estratégia da companhia às metas selecionadas”, completa Luiza de Vasconcellos, especialista ESG na área de renda fixa do Itaú BBA.
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Emissão de títulos sustentáveis alcança recorde em 2020
A emissão de títulos verdes, sociais e de sustentabilidade alcançou a marca de US$ 700 bilhões em 2020.
No acumulado, desde 2006, o mercado de dívida sustentável já movimentou US$ 1,7 trilhão, sendo US$ 1,1 trilhão apenas em green bonds.
Apesar de os títulos verdes se manterem como preferidos (US$ 290 bi), o mercado de títulos sociais explodiu em 2020, ao alcançar US$ 249 bilhões — um aumento de mais de 1022%.
Em seguida vem a emissão dos títulos de sustentabilidade (US $ 159,8 bilhões), que tiveram crescimento de 131% na comparação com 2019, de acordo com último relatório do Climate Bonds Initiative (CBI).
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