A inflação de 0,48% registrada em setembro pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi fundamentalmente pressionada pela elevação na energia elétrica residencial, decorrente do fim da incorporação do Bônus de Itaipu nas contas de agosto, avaliou o gerente de Índices de Preços no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fernando Gonçalves.
A energia elétrica subiu 10,31% em setembro, após ter recuado 4,21% em agosto. O subitem foi responsável sozinho por cerca de 85% de toda a inflação de setembro, um impacto de 0,41 ponto porcentual.
“O IPCA teria sido de 0,08% em setembro sem (a alta na) energia elétrica”, calculou Gonçalves.
Gastos com habitação são os maiores desde 1995
Já os gastos das famílias brasileiras com habitação passaram de um recuo de 0,90% em agosto para uma elevação de 2,97% em setembro, maior resultado para o mês desde 1995, quando aumentou 4,51%.
O resultado levou a uma contribuição de 0,45 ponto porcentual para a taxa de 0,48% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do último mês, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A energia elétrica residencial aumentou 10,31% em setembro, subitem de maior pressão individual no IPCA do mês, uma contribuição de 0,41 ponto porcentual. A elevação foi decorrente do fim do desconto do Bônus de Itaipu, que tinha sido creditado nas faturas emitidas no mês de agosto.
O IBGE lembra que em setembro esteve em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 à conta e luz a cada 100 KWh consumidos.
Houve ainda reajustes nas tarifas nas seguintes regiões: 18,62% em São Luís (MA) a partir de 28 de agosto; 15,32% em Vitória (ES) em 7 de agosto; e 4,25% em Belém (PA) em 7 de agosto.
No ano, a energia elétrica residencial acumula uma alta de 16,42%, maior impacto individual no IPCA do período, uma contribuição de 0,63 ponto porcentual para a taxa de 3,64% de inflação.
No acumulado em 12 meses, a energia elétrica subiu 10,64%, um impacto de 0,44 ponto porcentual no IPCA de 5,17% acumulado no período.
Ainda em habitação, a taxa de água e esgoto subiu 0,07%, devido a reajustes de 7,84% em Aracaju (SE), em 1º de setembro, e de 4,81% em Vitória desde 1º de agosto.
O gás encanado aumentou 0,01%, em decorrência do aumento de 6,41% nas faturas em Curitiba (PR) em 1º de agosto, mas redução média de 1,22% nas tarifas do Rio de Janeiro também a partir de 1º de agosto.
Por Daniela Amorim