A cidades do Amapá voltaram a registrar um apagão total nesta quarta (16), com a suspensão do fornecimento de energia elétrica.
Em nota, a Eletronorte, subsidiária da Eletrobras, informou que o blecaute não tem relação com as sua operações no estado.
A queda no fornecimento ocorreu por volta das 16 horas, momento em que o Senado Federal iniciou as discussões sobre a MP da privatização da Eletrobras.
“A Eletronorte não é a responsável pelo apagão nesse momento no Amapá. É a iniciativa privada! Nosso povo não pode continuar sofrendo. Não à MP1031!”, publicou no Twitter o Randolfe Rodrigues, senador pela Rede do Amapá. O parlamentar é contra a privatização da estatal.
A crise no Amapá, em 2020, quando o estado sofreu por mais de 20 dias com a falta de energia, é usada como argumento contra a capitalização da estatal.
A Eletronorte foi acionada pelo governo federal para instalar e operar geradores emergenciais responsáveis pela antecipação do fornecimento de energia. Na época, a empresa também não tinha relação com as operações que levaram ao apagão.
Blecaute por queda de linha de transmissão
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que às 16h05 houve o desligamento automático de todos os equipamentos da área Amapá, com a interrupção estimada de 250 MW de carga.
“Houve o desligamento automático de todos os equipamentos da área Amapá, a partir da área LT 230 kV Laranjal/Macapá C.1 C.2, com a interrupção estimada de 250 MW de carga”, informa.
Às 16h21, foi iniciada a recomposição e, às 17h59, toda a carga já estava restabelecida.
Ainda segundo a nota, assim que identificou o problema, o ONS atuou “prontamente para iniciar a recomposição do sistema e para que o completo fornecimento de energia fosse restabelecido o mais rápido possível”.
O ONS diz ainda que avaliará as causas da ocorrência junto aos agentes envolvidos para um Relatório de Análise da Perturbação (RAP).
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Quinto apagão em sete meses
A linha de transmissão Laranjal/Macapá é uma concessão da Isolux, empresa que venceu diversos leilões de sistemas de transmissão de energia no Amapá.
A concessionária Linhas de Laranjal Transmissora de Energia (LLTE) segue sob controle da Isolux Brasil, em recuperação judicial, segundo dados da Receita Federal.
Este é o quinto apagão total registrado no Amapá desde novembro de 2020.
Os incidentes anteriores ocorreram em operações da Gemini Energy, empresa dos fundos de investimento Starboard e Perfin, que detém 85% de participação em concessionárias que eram da Isolux.
Em fevereiro, a Aneel multou a concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) em R$ 3,6 milhões pela falha que deixou o estado às escuras.
Na época, o apagão foi causado pela explosão em 4 de novembro de 2020 na subestação Macapá 2, localizada na capital e vital para o suprimento do estado.
O Amapá possui usinas geradoras e está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de transmissão de energia, mas praticamente todo o circuito depende da subestação afetada.
A LMTE tem um histórico de problemas operacionais.
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