RIO — A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (6/10) o seu primeiro teste de importação de gás natural não convencional de Vaca Muerta, na Argentina.
A operação foi executada na sexta (3/10), em conjunto com a Pluspetrol, via Bolívia.
Conforme antecipado pela agência eixos, a Petrobras vinha se preparando para importar gás argentino como mais uma peça extra dentro de sua carteira de suprimento: uma “oportunidade adicional em base interruptível para a composição do portfólio”.
A Petrobras Operaciones tem uma fatia de 33,6% no ativo Rio Neuquén, na Bacia de Neuquén, e que é operado pela estatal argentina YPF. A produção no campo é majoritariamente oriunda de reservatórios não convencionais (tight gas) das formações Punta Rosada e Lajas.
Ao todo, foram importados 100 mil m³, produzidos pela Petrobras Operaciones S.A. (Posa) e pela Pluspetrol na Bacia de Neuquén, “com o objetivo testar o arcabouço comercial e operacional da operação”, segundo a estatal brasileira.
A importação foi concluída dentro de um acordo de suprimento celebrado com a Gas Bridge — comercializadora da Pluspetrol no Brasil.
Pelo contrato, a Petrobras pode importar até 2 milhões de m³/dia, na modalidade interruptível. Segundo a petroleira brasileira, “novas operações de importação ocorrerão conforme as empresas identifiquem oportunidades comerciais”.
“Essa primeira operação é um marco relevante para a Petrobras, possibilitada pela integração das infraestruturas e que permite a conexão da produção própria da Petrobras na Argentina, por meio de sua subsidiária Posa, com o mercado nacional”, afirmou, em nota, a diretora de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Angelica Laureano.
Janela de importação da Argentina reabre
Outubro marca a reabertura da janela de importação da Argentina, na modalidade interruptível. É nesse período que, sazonalmente, o consumo interno cai e o país vizinho tem excedentes para exportar.
Mas a tendência é que as operações comecem a ganhar mais tração a partir de janeiro, quando começam a valer os novos preços mínimos de exportação — mecanismos previstos nos contratos do Plano Argentino de Fomento à Produção de Gás Natural (Plan Gas.Ar), no governo de Alberto Fernández.
Do lado de lá da fronteira, as perspectivas de integração entre Brasil e Argentina já movimentam nove produtores do país vizinho, incluindo a Petrobras.
A lista de agentes que já obtiveram a autorização do governo local para exportar gás ao Brasil e têm acordos de suprimento com comercializadores brasileiros inclui:
- Oilstone Energía (com acordo com a MGás)
- Pampa Energía (com Eneva e Tradener)
- Pan American Energy (com Comgás, PAE do Brasil e Tradener)
- Petrobras (com a Petrobras e Gas Bridge)
- Pluspetrol (com Gas Bridge)
- Tecpetrol (com Edge, Eneva, MGás e Tradener)
- TotalEnergies (com MTX Comercializadora, Eneva, Total Energies EP Brasil, Edge e MGás)
- Vista Energy (com Cinergia)
- YPF (com PAE do Brasil, MGás e Tradener)