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Funcionários da EPE entram em greve

Em carta ao MME e ao MGI, empregados da estatal criticam reajuste salarial abaixo da inflação

Ministros Alexandre Silveira (MME) e Esther Dweck (MGI) em reunião do CNPE no dia 1ª de outubro de 2025. Foto: Tauan Alencar/MME
Ministros Alexandre Silveira (MME) e Esther Dweck (MGI) em reunião do CNPE no dia 1ª de outubro de 2025. Foto: Tauan Alencar/MME

RIO — Servidores da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) anunciaram que vão entrar em greve na terça e quarta da próxima semana (7 e 8/10), depois de dois dias de paralisação também esta semana, contra os reajustes salariais abaixo da inflação. 

Os funcionários divulgaram uma carta aberta nesta quarta (01/10), na qual solicitam uma reunião com os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, e o presidente do conselho de administração da EPE, Fernando Colli. (veja na íntegra em .pdf). 

Segundo o documento, os salários dos trabalhadores da EPE acumulam uma perda de 22,7% para a inflação desde maio de 2014, enquanto outras estatais independentes do Tesouro e servidores dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo têm recebido aumentos superiores à inflação. 

Apontam ainda que as perdas reais também se refletem nos benefícios, como os de assistência médica, alimentar e educação. Também se colocam contra a norma proposta pela diretoria da EPE que prevê a demissão de empregados de forma sigilosa. 

“Apesar de o Ministro de Minas e Energia, e a Senhora mesmo reconhecerem a importância estratégica da Empresa de Pesquisa Energética para a transição energética justa e o desenvolvimento nacional, as perdas salariais continuam a se acumular frente à inflação”, afirma a carta. 

O quadro da EPE é considerado de alto nível de especialização. Segundo o relatório de administração da estatal, ao final de 2024 a EPE tinha 405 colaboradores com alto nível de qualificação: do total, 65,7% tinha pós-graduação, entre especialistas, mestres, doutores e pós-doutores, além de outros 5,7% de profissionais cursando pós-graduação. 

Na carta, os empregados lembram ainda que a EPE vai ser essencial para garantir entregas críticas ao governo este ano, como a COP30 e as políticas sociais do Gás do Povo e Luz do Povo

“O clima entre os empregados comprometidos com a missão das empresas e com o Brasil é de crescente desmotivação e apreensão. Isso tem causado uma evasão de talentos para o setor privado ou para outros concursos”, diz o documento.

Os servidores são representados pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região (Sintergia/RJ), Sindicato dos Administradores do Estado do Rio de Janeiro (Sinaerj) e Sindicato dos Economistas do Rio de Janeiro (Sindecon-RJ). 

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