A Petrobras anunciou nesta sexta (11) que vai reduzir a partir deste sábado (12) o preço da gasolina vendida para as distribuidoras nas refinarias da empresa.
O corte será de R$ 5 centavos por litro, fazendo o preço cair para R$ 2,53 por litro.
Esta é a segunda redução de preço da gasolina aplicada pela gestão de Joaquim Silva e Luna desde que assumiu o comando da Petrobras. Em 30 de abril, a empresa havia anunciado corte de R$ 5,29 centavos por litro na gasolina, fazendo o preço cair para R$ 2,59 por litro.
“Importante reforçar o posicionamento da Petrobras que busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais. Nossos preços seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo. Os reajustes são realizados a qualquer tempo, sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise do ambiente externo. Isso possibilita a companhia competir de maneira mais eficiente e flexível”, informou a empresa em nota à imprensa.
Com a redução do preço, a Petrobras encerrou um ciclo de 40 dias sem reajustar os preços do diesel e da gasolina.
Importadores afirmam que a conjuntura mantém as defasagens entre os preços domésticos e internacionais relativamente baixas.
“O general Luna [presidente da Petrobras] está até com sorte, porque os aumentos nas commodities têm sido ajudados pela redução do câmbio, então o preço das Petrobras está acompanhando bem a paridade. Eu não diria que está gerando uma janela de oportunidades (para importação), mas a defasagem tem ficado muito pequena”, afirmou Sérgio Araújo, da Abicom, ao Estadão.
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Política de preços de combustíveis
O presidente Jair Bolsonaro, que promoveu a mudança no comando da companhia, com a indicação de Joaquim Silva e Luna para o lugar de Roberto Castello Branco, tem cobrado publicamente uma mudança na política de preços da Petrobras, com mais “transparência” e “previsibilidade”.
Caminhoneiros recorreram à Petrobras para propor o fim paridade internacional para reajuste do óleo diesel. Segundo o Broadcast, os caminhoneiros não enxergam a viabilidade de uma solução fiscal e tentaram convencer a empresa a mudar a política.
Na prática, os repasses são questionados e o mercado calcula que há, de fato, defasagens. Não está claro, por exemplo, se a nova administração da Petrobras vai mudar a periodicidade dos reajustes.
A inflação nos combustíveis, muito contaminada pelo dólar, afeta todo os consumidores, mas a do diesel desperta o temor de uma nova greve dos caminhoneiros, categoria que apoiou (e foi apoiada por) Bolsonaro, em 2018.
No discurso de posse de Silva e Luna, a política foi reafirmada, mesmo com a sinalização que a Petrobras também deve se preocupar com os consumidores finais de derivados.
A nota da Petrobras, enviada nesta sexta (11), na íntegra
A partir de amanhã, 12/06, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras será de R$ 2,53 por litro, após redução de R$ 0,05 por litro.
Importante reforçar o posicionamento da Petrobras que busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais. Nossos preços seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo. Os reajustes são realizados a qualquer tempo, sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise do ambiente externo. Isso possibilita a companhia competir de maneira mais eficiente e flexível.
Vale lembrar que os preços de combustíveis praticados pela Petrobras, e suas variações para mais ou para menos associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio, têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais. Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de etanol anidro, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis.
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