Foco no gás

TotalEnergies reduz investimento em energia solar na América do Norte e aumenta em gás não-convencional

Companhia afirma que venda faz parte da estratégia; recuos nas metas de geração renovável de petroleiras passou a ser uma tendência este ano

TotalEnergies recebe autorização para exportar gás de Vaca Muerta ao Brasil (Foto Divulgação)
TotalEnergies recebe autorização para exportar gás de Vaca Muerta ao Brasil (Foto Divulgação)

BELO HORIZONTE — A TotalEnergies anunciou na segunda-feira (29/9) a venda de 50% do portfólio de energia solar de 1,4 gigawatts (GW) na América do Norte para a KKR e, em paralelo, a compra de 49% de participação em ativos de gás não-convencional da Continental Resources, nos Estados Unidos.

Segundo a Reuters, o presidente de Gás, Energias Renováveis e Energia da Total, Stephane Michel, disse a investidores em Nova York que a companhia planeja vender todos seus ativos de energia renovável, exceto aqueles localizados no Brasil, Estados Unidos e Europa.

Na venda anunciada hoje, a petroleira vai continuar a operar os ativos de geração renovável, que incluem seis usinas solares de grande porte e 41 projetos de geração distribuída. A companhia receberá um total de US$ 950 milhões após a oficialização da venda para a empresa de investimentos KKR.

A TotalEnergies, disse, em nota, que está construindo um portfólio combinando fontes renováveis com ativos flexíveis, incluindo sistemas de baterias e usinas termelétricas a gás.

Além disso, faz parte parte da estratégia da companhia a venda de até metade dos ativos renováveis quando atingem a data de entrada em operação comercial e são considerados de baixo risco.

Em relação ao investimento em gás não-convencional, a petroleira afirmou que o projeto fortalece a integração da TotalEnergies na cadeia de valor do gás natural liquefeito (GNL) nos Estados Unidos.

“Essa aquisição aumentará ainda mais nossa produção de gás natural nos Estados Unidos e consolidará a posição integrada da TotalEnergies no setor de GNL, com uma produção de gás competitiva, de baixo custo e baixas emissões,” disse o presidente de Exploração e Produção, Nicolas Terraz, em nota.

Petroleiras vendem projetos renováveis

Este ano, outras petroleiras têm anunciado recuos nas estratégias de investimentos em energias renováveis. A Shell, por exemplo, desacelerou os projetos de eólicas offshore no mundo, devido às dificuldades da cadeia de suprimentos

No Brasil, a companhia pausou o projeto de pesquisa e desenvolvimento de uma planta-piloto de hidrogênio verde no Porto do Açu, no Norte fluminense.

Já a Equinor anunciou, em fevereiro, a redução de até 25% da sua meta de capacidade instalada em energias renováveis até 2030, passando de 12-16 GW para 10-12 GW, até 2030.  

Segundo o CEO da companhia, Anders Opedal, a decisão ocorreu pelo desenvolvimento mais lento do que o esperado de mercados como de eólicas offshore e hidrogênio, devido a desafios na cadeia de suprimentos e à inflação.

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