BELO HORIZONTE — A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) autorizou a Vale a utilizar, em caráter experimental, diesel com adição de 30% a 50% de biodiesel (B30 a B50) em veículos que operam nas minas de Mariana (MG).
A autorização é válida de outubro de 2025 a fevereiro de 2027 e foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (26/9).
A agência determinou que o volume mensal não pode exceder 240 mil litros.
A Vale tem desenvolvido diversas iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa relacionadas ao consumo de combustíveis fósseis nas suas operações.
No ano passado, a companhia assinou, com a Petrobras, um acordo para fornecimento de diesel coprocessado com óleo vegetal, batizado pela petroleira de Diesel R, para uso nos veículos da mineradora.
O combustível fornecido à Vale tinha 18,3% de conteúdo renovável, sendo 14% resultantes da adição obrigatória de biodiesel e o restante oriundo do coprocessamento de derivados de petróleo com matérias-primas de origem vegetal.
Em abril deste ano, as empresas fizeram uma nova parceria em que a Petrobras, por meio da Petrobras Singapore (PSPL), testou o abastecimento do navio graneleiro Luise Oldendorff, afretado pela Vale, com 24% de biodiesel adicionado ao bunker.
Chamado Very Low Sulfur (VLS) B24, o combustível marítimo usa biodiesel de segunda geração, originado do processamento de óleo de cozinha usado (UCO, em inglês).
Outro projeto da mineradora é o comissionamento de uma célula de testes de etanol para desenvolvimento de um caminhão do tipo off-road movido a etanol e diesel, em parceria com a Cummins e a Komatsu.
A iniciativa visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa e faz parte do programa Dual Fuel para adaptar os motores a diesel já instalados nos caminhões da Komatsu para poder operar com ambos os combustíveis.
Os caminhões serão os primeiros veículos de tal porte, capazes de transportar de 230 a 290 toneladas de minério, a funcionar com etanol.