ArcelorMittal anuncia meta de redução de emissões de CO2 no Brasil inferior à estabelecida na Europa

ArcelorMittal Brasil quer reduzir em 10% suas emissões de CO2 até 2030

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Imagem de Michal Jarmoluk por Pixabay

A produtora de aço ArcelorMittal Brasil anunciou nesta terça (8) a meta para reduzir em 10% suas emissões de CO2  até 2030. A ambição é mais modesta que a divulgada para suas operações na Europa, onde a companhia se comprometeu com a redução de 30% das emissões no mesmo período.

Globalmente, a empresa espera alcançar a emissão líquida de zero de carbono até 2050.

Segundo o presidente da companhia no Brasil, Benjamin Baptista Filho, a iniciativa vem em resposta à exigência de governos, sociedade e consumidores de aço de todo o mundo para alcance das metas do Acordo de Paris.

“A indústria do futuro será carbono neutra. E a ArcelorMittal está empenhada em liderar o processo de transição e colaborar decisivamente para que os objetivos do Acordo de Paris sejam alcançados”, disse o executivo.

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Recentemente, a mineradora anunciou a vinculação dos seus indicadores de sustentabilidade ao valor pago a credores da sua linha de crédito rotativo de US$ 5,5 bilhões.

Com o vínculo, a margem a pagar pela empresa é maior ou menor dependendo do seu desempenho no cumprimento das metas de CO2 das operações globais. É a maior operação do tipo relacionada a critérios ESG no setor de mineração.

Para alcançar as metas, a companhia vem adotando novas tecnologias no processamento do aço e iniciou o projeto de aço carbono neutro, produzido a partir de material reciclado (sucata) e utilizando eletricidade renovável.

Segundo a empresa, a pegada de carbono seria inferior a 300kg de CO2 por tonelada de aço, considerado um nível baixo para a atividade.

“A ArcelorMittal está comprometida publicamente com os objetivos de reduzir significativamente os impactos ambientais, ser uma empresa mais inclusiva e igualitária, atenta aos anseios da sociedade e sua responsabilidade na redução da pegada de carbono do aço”, ressaltou Jefferson De Paula, CEO da ArcelorMittal Aços Longos LATAM e Mineração Brasil.

Outras iniciativas envolvem a utilização de hidrogênio verde, de gás natural e a otimização do uso do carvão vegetal oriundo de florestas plantadas em seus altos-fornos.

Além disso, a empresa estuda alternativas tecnológicas capazes de converter CO2 em bioetanol para consumo e uso na indústria química.

Também está em desenvolvimento o uso de resíduos de madeira para produção do biocombustível.

Danos ambientais

Apesar das ambições em relação à sua pegada de carbono, a mineradora no Brasil está envolvida em um grave problema ambiental e social. Desde 2019, 655 famílias convivem com o risco de rompimento de uma das barragens da ArcelorMittal em Itatiaiuçu, Minas Gerais.

Algumas das famílias já foram removidas de suas casas, enquanto outras tiveram que interromper completamente suas atividades na região, predominantemente agropecuárias.

“A empresa ressalta que realizou a evacuação de forma preventiva. A barragem permanece em nível 2 de emergência, numa escala que vai de um a três. A barragem é monitorada 24 horas por dia e não apresenta alteração em seus indicadores de segurança”, disse a mineradora em nota.

Nesta segunda (7), a companhia firmou um acordo com o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) estabelecendo parâmetros para a reparação dos danos morais e materiais causados às centenas de famílias atingidas pelo deslocamento compulsório e pelos efeitos do plano de emergência acionado em 2019, devido ao risco de rompimento da barragem.

Entre os pontos principais do acordo, a empresa se compromete a pagar o valor integral dos imóveis que tiveram que ser evacuados, além de uma prestação mensal por 12 meses e indenizações por danos morais no valor de R$ 10 mil por pessoa.

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