O gás liquefeito do petróleo (GLP) tem capilaridade no Brasil, mas o acesso a essa fonte de energia ainda não vai conseguir solucionar todo o problema de acesso a opções de cocção limpa no país, na visão da professora e pesquisadora de Química da PUC-Rio, Adriana Gioda.
“Não vai ser uma única coisa que vai solucionar tudo. Vai depender de cada região, de cada local, de cada realidade”, disse em entrevista ao estúdio eixos durante a Liquid Gas Week 2025, no Rio de Janeiro. Confira na íntegra acima.
Uma alternativa, aponta Gioda, é o uso de energia elétrica, a partir da geração solar.
“O GLP tem uma capilaridade muito grande, mas, mesmo assim, não consegue chegar a todos os lugares, porque é remoto, é difícil. E a luz às vezes chega mais fácil”, disse.
Na visão da pesquisadora, o programa “Gás do Povo” foi bem formatado, mas é necessário também dar atenção ao acesso ao fogão para o uso dos botijões que serão distribuídos gratuitamente.
No momento, Gioda conduz uma pesquisa em parceria com a PUC-Rio, a Fiocruz e o Ministério da Saúde sobre os impactos do uso de lenha na saúde, com um levantamento de quantas pessoas usam esse tipo de cocção no país.
Segundo ela, a redução do uso da lenha passa também por ações de conscientização sobre os riscos dessas atividades.
“Esse fogão a lenha que é rudimentar emite uma concentração de material particulado, que é um dos principais poluentes da queima de lenha, muito acima do que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Isso pode desencadear uma quantidade enorme de doenças, que vão desde as doenças respiratórias até Alzheimer, obesidade, pressão alta, parto prematuro”, afirmou.
Outros destaques da entrevista:
- Combate à pobreza energética;
- Oportunidades para o Brasil liderar agenda da transição energética;
- Papel do gás natural na transição energética.