A Nacional Gás pode importar gás liquefeito de petróleo (GLP) da Bolívia e Argentina para suprir o aumento da demanda com o programa “Gás do Povo”, disse o diretor da companhia, Alisson Albuquerque, em entrevista ao estúdio eixos, durante a Liquid Gas Week 2025, no Rio de Janeiro.
Segundo Albuquerque, a empresa aumentou a capilaridade nos últimos anos e está confortável com o suprimento da nova demanda.
“A gente fez alguns trabalhos da Argentina, pilotando para o Rio Grande do Sul; da Bolívia pilotando para o Centro-Oeste, importações por navio descendo em Belém, no Pará, descendo também em Suape; descendo agora em Barra do Riacho, no Espírito Santo”, disse.
“O acesso à molécula, eu não vou dizer que está fácil, mas ela está mais acessível. Tem ainda vários desafios, porque a infraestrutura para trazer grandes volumes ainda é um pouco limitada”, completou.
Segundo o diretor, a abertura de parte das infraestruturas da Transpetro permitiu uma maior flexibilidade de produto e auxiliou na estabilidade do abastecimento para o consumidor.
Aumento da demanda por botijões
Outro desafio do “Gás do Povo” é o crescimento da demanda por botijões. No contexto da pobreza energética, muitas pessoas migram da lenha para o GLP e não têm o botijão.
“A Nacional Gás vem fazendo um trabalho forte para colocar mais embalagem no mercado para a gente conseguir chegar nessa população (beneficiada pelo programa)”, afirmou Albuquerque.
O Gás do Povo é um programa do governo federal que vai distribuir botijões de 13 quilos gratuitos a famílias de baixa renda em todo o país. A expectativa é que 15,5 milhões de famílias sejam contempladas.
Outros destaques da entrevista
- Desafios logísticos do programa Gás do Povo;
- A importância dos botijões para a inclusão energética;
- Investimentos privados em infraestrutura;
- Novos usos e derrubada de tabus no mercado de GLP;
- Perspectivas de crescimento da demanda no Brasil.