Tensões globais

Petróleo fecha em alta em meio a riscos de cortes na produção e expectativa por encontro do Fed

Investidores aguardam a decisão de política monetária do Fed; Brent sobe 1,53%, a US$ 68,47 o barril

Refinaria de petróleo em Moscou, na Rússia (Foto Kishjar/Wiki Commons)
Brasil se tornou um dos cinco maiores mercados das refinarias russas (Foto Kishjar/Wiki Commons)

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta terça-feira (16/9), diante das crescentes tensões geopolíticas, invertendo o movimento visto no início do dia.

Investidores aguardam a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta-feira (17/9), quando é amplamente esperado um corte de juros, e assimilam a possibilidade de diminuição de produção de petróleo pela Rússia após ataques ucranianos a uma refinaria do país.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para novembro subiu a 1,53% (US$ 1,03), a US$ 68,47 o barril, enquanto o petróleo WTI para outubro, negociado na Nymex, fechou em alta de 1,93% (US$ 1,22), a US$ 64,52 o barril.

O mercado aguarda a decisão do Fed quanto à política monetária dos EUA, na expectativa de que a esperada redução de juros impulsione a atividade econômica e o consumo da commodity.

Além disso, fontes ouvidas pela Reuters dizem que a estatal russa de oleodutos Transneft alertou produtores de que eles poderão ter que reduzir a produção de petróleo devido aos ataques recentes. No domingo (14/9), drones ucranianos atingiram a refinaria de Kirishi, no noroeste da Rússia.

O presidente dos EUA, Donald Trump, por sua vez, continua pressionando países europeus e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para que deixem de comprar o petróleo russo.

A União Europeia, por outro lado, anunciou que adiou, por tempo indeterminado, o 19º pacote de sanções contra a Rússia. A expectativa era que as novas medidas incluíssem restrições adicionais às vendas do petróleo.

Apesar das altas recentes, uma queda no preço do commodity é esperada até o fim do próximo ano, de acordo com a visão de Hamad Hussain, analista da Capital Economics.

A mudança se daria pelo aumento nos estoques de petróleo, que pode acontecer com “um enfraquecimento na demanda global e aumentos na oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+)”.

Por Letícia Araújo, com informações da Dow Jones Newswires

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