Resiliência

Petroleiras independentes estão bem posicionadas para enfrentar preço de petróleo adverso, diz BTG Pactual 

Luiz Carvalho considera que processos de desalavancagem de Prio e Brava deve ajudar as companhias

As petroleiras brasileiras independentes estão bem posicionadas para enfrentar preços de petróleo mais adversos, disse o analista do BTG Pactual Luiz Carvalho em entrevista ao energy talks desta segunda-feira (15/9).

Carvalho citou o exemplo da Prio, que deve conseguir reduzir a alavancagem a partir de 2026, após concluir a compra da participação de 60% da Equinor no campo de Peregrino, na Bacia de Campos.

O analista citou ainda a Brava, que também deve conseguir se desalavancar com o início da produção do campo de Atlanta, na Bacia de Santos.

“Os executivos da companhia têm tentado proteger a companhia disso [preço do petróleo baixo] (…), buscando proteger, fazer uma estrutura de hedge . Mesmo que o petróleo caia para patamares muito inferiores, tem uma garantia de uma parcela da produção estar protegida com um determinado preço”, afirmou.

Confira a análise na íntegra no vídeo acima.

Investimentos da Petrobras

Em relação à Petrobras, Carvalho questionou se o momento atual, com preços mais incertos para o petróleo, é adequado para os movimentos de fusões e aquisições que a petroleira tem indicado que pretende fazer, como a volta ao mercado de gás liquefeito de petróleo (GLP) e os investimentos em etanol.

Ele lembrou que essas iniciativas não são ligadas à principal fonte geração de caixa da companhia, que é a produção de petróleo e gás em águas profundas.

“Eu acho que essa que é a discussão, do ponto de vista de alocação de capital, que o mercado traz, falando: talvez pudesse esperar um pouquinho, vamos ver se o petróleo se estabiliza num patamar um pouco mais alto, a companhia tem uma geração de caixa um pouco maior”, comentou o analista.

De acordo com ele, devido à incerteza do mercado de petróleo e do retorno desses investimentos, a companhia pode aguardar um pouco para investir em projetos non-core.

Carvalho destacou, ainda, que a decisão por ampliar os investimentos influencia o perfil de investidor que a companhia atrai.

“Imagina o seguinte: tem um investidor que está querendo que a Petrobras pague 20% de dividendos esse ano e não invista em nada. E aí ele captura esse dividendo, amanhã ele vende a ação e daqui a cinco anos, (…) a produção está caindo, não descobrimos nada”, disse.

“Esse desalinhamento do horizonte de investimento, do horizonte temporal, às vezes, ele é mais gritante, porque o investidor está com uma taxa de juros maior e ele precisa ter esse retorno mais no curto prazo”, completou.

Confira os outros destaques da entrevista com Luiz Carvalho, do BTG Pactual:

  • Resiliência dos ativos brasileiros frente aos riscos no mercado de óleo;
  • Como o ambiente regulatório do óleo no Brasil é visto pela indústria global;
  • Opiniões sobre os preços das ações da Petrobras; 
  • Impacto que a liberação da licença ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para o poço da Foz do Amazonas pode ter no mercado;
  • Como a cotação atual do petróleo impacta as companhias independentes;

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