Expansão da malha

Novo duto até Mato Grosso é solução perene para crescimento do mercado, diz gerente da Transpetro

Oleoduto atenderá demanda do agronegócio e tem investimento previsto em R$ 2 bilhões

Quase 30 anos depois da construção do oleoduto São Paulo-Brasília (Osbra), a Transpetro vai expandir a malha de dutos no Centro-Oeste, ligando São Paulo ao Mato Grosso. O objetivo é atender ao agronegócio e à demanda de transporte de biocombustíveis no estado, que é o maior produtor nacional de grãos e gado.

Segundo o gerente executivo de manutenção, integridade e eficiência de dutos e terminais da Transpetro, Bruno Ebecken, a ampliação da malha dutoviária é solução perene para um crescimento de longo prazo do mercado.

Em entrevista ao estúdio eixos na quarta-feira (10/9) na Rio Pipeline & Logistics, o executivo destacou a importância da convivência do transporte multimodal na região. Assista à entrevista na íntegra acima.

A Transpetro, subsidiária logística da Petrobras, está em fase de definição de rotas para os dutos.

A principal questão a ser superada, segundo Ebecken, é o licenciamento ambiental para a concessão das novas faixas de domínio para atender o mercado do Mato Grosso. Há uma série de variáveis, que envolve o planejamento de rotas que não passem por áreas de preservação ambiental e por regiões densamente povoadas.

De acordo com o executivo, três rotas estão na mesa e há possibilidade de uma quarta via.

“A expectativa é que a gente defina isso o mais rápido possível para seguir com as próximas fases. Não acredito que a etapa mais longa seja a construção do duto. A gente tem tecnologia hoje para fazer”, afirmou.

O projeto faz parte do plano de investimentos da Petrobras, que prevê US$ 3,6 bilhões para logística até 2029. O novo duto receberá mais de R$ 2 bilhões em investimentos, com um cronograma até 2030.

O mercado do Centro-Oeste já demanda grandes volumes e é atendido por ferrovias e rodovias. Para melhorar essa logística, também conta com o oleoduto que chega a Brasília e com um polo de distribuição em Senador Canedo, no interior de Goiás.

Para viabilizar esse tipo de investimento, o gerente da Transpetro defendeu que deve haver algum incentivo financeiro ou tributário e aumentar o prazo de preferência do proprietário, pois o investimento é elevado. Ele afirma que essa questão precisa ser resolvida pela regulação.

“A regulação atual fala em preferência do proprietário por dez anos. Via de regra, são projetos com investimento muito grande e o retorno não é de um projeto de dez anos, é um projeto com retorno em maior prazo”, pontuou.

Ebecken destacou, também, que a instalação de dutos não beneficia apenas a origem e o destino final, mas também os mercados por onde a infraestrutura passa. Veja a seguir os principais temas abordados na entrevista:

  • Multimodalidade na logística de combustíveis;
  • Projeto de oleoduto para atender o mercado do Mato Grosso;
  • Desafios quanto ao licenciamento ambiental do empreendimento;
  • Soluções para viabilizar investimento em grandes projetos;
  • Ampliação do prazo do direito de preferência do proprietário em novos dutos.

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