NESTA EDIÇÃO. Preço do petróleo sobe com ataque de Israel no território do Catar.
Na primeira entrevista exclusiva após assumir o cargo, diretor-geral da ANP fala sobre crimes no mercado de combustíveis e recomposição orçamentária.
MP 1300/2025, da tarifa social de energia, entra e sai da pauta da Câmara dos Deputados.
Aneel revoga autorização de comercialização da Gold Energia vai ajuizar ação contra a empresa.
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Nova escalada na guerra no Oriente Médio
A ampliação regional do conflito entre Israel e Hamas voltou a crescer na terça (9/9), depois de um ataque israelense ao grupo em Doha, capital do Catar.
- O impacto no preço do barril de petróleo foi imediato: o Brent encerrou o dia a US$ 66,39 o barril, alta de 0,56% (US$ 0,37).
- Além do envolvimento no conflito de um dos maiores exportadores globais de gás natural liquefeito (GNL), o ataque também indica um retrocesso nas negociações de paz na região.
- “As recentes iniciativas diplomáticas lideradas pelos EUA e pelo Catar sofreram um grande revés. O que antes era uma via de negociação frágil agora parece estar fechada, diminuindo as perspectivas de uma resolução do conflito a curto prazo. O risco de contágio regional está aumentando”, afirma o chefe de análise geopolítica da Rystad Energy, Jorge Leon.
Os desdobramentos dependem agora da resposta do Catar a Israel.
- Ambos os países são aliados dos Estados Unidos.
- Em um primeiro posicionamento, a Casa Branca afirmou que os ataques não contribuem para os objetivos dos EUA na região. (Valor Econômico)
O Catar é um dos principais polos de aumento da produção de GNL do mundo, com planos para ampliar a extração dos atuais 77 milhões de toneladas/ano para 126 milhões de toneladas/ano até 2027.
- As exportações do país hoje são absorvidas principalmente pela China e Índia.
A guerra é um desdobramento dos ataques do Hamas à Israel em outubro de 2023. Desde então, o principal fator de risco para o mercado de petróleo é o envolvimento de países vizinhos, que são importantes supridores globais.
- Em junho, a tensão foi ampliada depois dos ataques de Israel ao Irã, um dos maiores produtores globais de petróleo. A tensão arrefeceu ao longo dos últimos meses, mas agora volta a esquentar.
Leia também: Como a guerra entre Israel e Hamas impacta o mercado de petróleo e quais os possíveis cenários
Para ficar de olho: não é apenas o conflito no Oriente Médio que impacta o barril no momento. Os últimos dias também foram de aumento nas tensões na Ucrânia, depois do maior ataque da Rússia ao país desde a invasão, em 2022.
- Países da Europa voltaram a debater novas sanções à Rússia.
Crimes no mercado de combustíveis. A Operação Carbono Oculto ajudou a revelar o nível de sofisticação das fraudes no mercado de combustíveis e ressaltou a importância dos monitoramentos da ANP, ressaltou o novo diretor-geral da autarquia, Artur Watt, em sua primeira entrevista exclusiva após assumir o cargo, ao estúdio eixos na Rio Pipeline & Logistics.
- Por lá, o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, também defendeu o avanço do projeto de lei que aumenta as penas e a tipificação do crime de furto a dutos.
- O tema também foi destaque no energy talks, que recebeu o presidente da Refina Brasil, Evaristo Pinheiro, na terça (9/9). Confira na íntegra.
E30. A ANP publicou a resolução que eleva a octanagem da gasolina C de 93 para 94, atendendo determinação do CNPE para o aumento do percentual obrigatório da mistura de etanol anidro. A mistura de etanol à gasolina subiu de 27% para 30% a partir de 1° de agosto.
Etanol em alta. O preço médio do etanol subiu 0,96%, para R$ 4,19 o litro, na semana de 31 de agosto a 6 de setembro na comparação com a semana anterior. Dados da ANP mostram que as cotações subiram em 13 estados, caíram em 9 e ficaram estáveis em 4 e no Distrito Federal.
Opinião: É fundamental que a regulação e as políticas públicas contribuam para o desenvolvimento da cadeia de suprimento às atividades de descomissionamento, inclusive por meio da aplicação adequada de regimes tributários e aduaneiros especiais, escrevem os advogados do escritório Lefosse, Felipe Boechem, Stephani Oliveira, Jayme Freitas e Luiz Loureiro.
Tarifa social. A Medida Provisória 1300 de 2025, que cria a nova tarifa social para energia elétrica, entrou e saiu da pauta da Câmara dos Deputados de terça (9), após reunião de líderes com o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB).
- Motta esvaziou a Câmara esta semana, determinando votações remotas e isentando os parlamentares da presença obrigatória, durante a conclusão do julgamento de Jair Bolsonaro no STF.
Inadimplência na comercialização de energia. A Aneel revogou a autorização da Gold Energia para atuar como comercializadora e vai ajuizar uma ação civil pública contra a empresa, a fim de pedir reparação dos danos causados aos consumidores, incluindo custos estimados em R$ 300 milhões no mercado regulado.
- A crise da empresa, que começou no fim do ano passado com abertura de contratos bilaterais no mercado livre, se agravou depois que a Gold descumpriu contratos de venda de energia no mercado regulado. (MegaWhat)
Recuperação eólica. Após queda nas instalações em 2024 e previsão de baixa em 2025 e 2026, a indústria eólica espera recuperação em 2027, com contratos novos e a chegada de empresas chinesas na cadeia produtiva. A análise é da presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, em entrevista à agência eixos.
Hidrogênio no Paraná. O estado quer estimular projetos de hidrogênio e, para isso, lançou, no início de 2025, um plano para embasar políticas públicas, conta o coordenador estadual de gás natural, biocombustíveis e hidrogênio renovável, Thiago Olinda.