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Lula cobra alcance e comunicação no “Gás do Povo”

Sindigás promete disponibilidade de lojas para garantir acesso da população ao subsídio no gás de botijão

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de anúncio do Programa “Gás do Povo”. Campo do Najá, Aglomerado da Serra – Belo Horizonte (MG)

Fotos: Ricardo Stuckert / PR
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de anúncio do Programa “Gás do Povo”. Campo do Najá, Aglomerado da Serra – Belo Horizonte (MG) Fotos: Ricardo Stuckert / PR

NESTA EDIÇÃO. Presidente assina MP 1313/2025, que cria o “Gás do Povo”
 
Petróleo responde por mais da metade do superávit na balança comercial no primeiro mês após o tarifaço dos EUA. 
 
Vendas de carros elétricos no Brasil superam 20 mil unidades em agosto. 
 
BNDES aprova financiamento para expansão de rerrefino de óleo lubrificante usado da Lwart Soluções Ambientais, segunda maior do mundo no segmento. 


EDIÇÃO APRESENTADA POR

Durante o lançamento do programa “Gás do Povo” na quinta-feira (4/9), o presidente Lula (PT) cobrou das distribuidoras a garantia de capilaridade do programa e da equipe do governo uma comunicação clara sobre a iniciativa. 

  • Pediu, mais de uma vez, ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD/MG), para explicar melhor o funcionamento do programa à população. 
  • E chamou o presidente do Sindigás, Sérgio Bandeira de Mello, ao palco, onde cobrou: “onde não tiver loja, como é que vocês vão fazer para o gás chegar?”.
  • E Bandeira de Mello prometeu: “as distribuidoras colocarão uma loja, garantindo o acesso ao Gás do Povo, onde for necessário”. 
  • Lula emendou: “eu vou fiscalizar o discurso desse cara aqui [Alexandre Silveira], e aqui [Rui Costa] e vou fiscalizar o compromisso do empresário que veio aqui [e disse] ‘pode deixar que eu garanto’”.

Também voltou a alfinetar a cadeia, ao criticar os preços na cadeia do produto: “Um botijão desses sai da Petrobras com 13 kg a 37 reais e chega a muitos lugares a 140, 150, 130 [reais]. É  um absurdo a diferença entre o preço da Petrobras e o preço que o gás chega [no consumidor]”. 

  • As margens líquidas do setor dispararam 188% entre 2010 e 2023, segundo cálculos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). 

O presidente assinou no evento em Minas Gerais a medida provisória 1313/2025, que cria o programa para ampliar o acesso de famílias de baixa renda ao gás liquefeito de petróleo (GLP), o “gás de botijão”. Leia no site: Gás do Povo: como vai funcionar e quem tem direito ao novo vale-gás

  • A MP prevê a definição de um preço fixo, que será repassado às revendas pelas cargas de GLP subsidiadas. As cotações serão definidas a partir de dados fiscais das revendas, fornecidos pela Receita Federal, além do levantamento de preços da ANP. Os valores serão tabelados por estado, por meio de uma portaria interministerial dos ministérios da Fazenda e de Minas e Energia (MME).
  • A medida obriga as distribuidoras com participação igual ou superior a 10% no mercado estadual a garantir a oferta do benefício em municípios sem revendas credenciadas.
  • Prevê ainda que os botijões deverão ser entregues com a marca do programa e do governo federal. 

A expectativa do governo é que o acesso gratuito aos botijões beneficie cerca de 50 milhões de pessoas, cobertura quase três vezes superior à do atual vale-gás.

  • O alcance é similar ao “Luz do Povo”, programa lançado este ano que reformulou a tarifa social de energia elétrica e que espera alcançar 60 milhões de pessoas.  

Esse é um mercado gigantesco no Brasil: o país tem o maior número de botijões em circulação na América Latina, com 130 milhões de unidades

  • A EPE estima que o novo programa social vai ajudar a impulsionar a demanda por GLP no país em 2025 e 2026, embalada também pelas taxas recordes na ocupação formal de trabalhadores e pela queda na taxa de desocupação. 

Leia também: Vem aí um novo mercado para o gás de botijão e a Petrobras está de olho nele



Preço do barril. Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda na quinta-feira (4/9), ampliando as perdas de mais de 2% da sessão anterior, após o Departamento de Energia dos EUA informar que os estoques da commodity tiveram inesperada alta na semana passada.

  • O Brent para novembro recuou 0,9% (US$ 0,61), a US$ 66,99 o barril.

Saldo pós-tarifaço. A balança comercial brasileira para petróleo bruto teve um saldo positivo de US$ 3,45 bilhões em agosto. Com isso, o petróleo representou mais da metade do superávit total para o mês.

  • No primeiro mês com a aplicação das tarifas de 50% dos Estados Unidos para produtos brasileiros, a balança comercial com o país norte-americano resultou num déficit de US$ 1,23 bilhão. Os dados não foram detalhados por produto, mas um dos itens de maior peso na queda foi o minério de ferro

Do outro lado, colaboração com a Índia. O Plenário do Senado aprovou o texto de acordo celebrado entre o Brasil e a Índia para facilitar investimentos entre os dois países (PDL 609/2021). Ele segue agora para promulgação.

Opinião: O Brasil é um dos principais produtores de petróleo offshore do mundo e, ao mesmo tempo, busca acelerar o desenvolvimento de fontes renováveis. Essa transição precisa ser planejada com responsabilidade ambiental e social — e o PEM pode ser o mapa que nos ajuda a navegar com mais clareza, escreve a diretora da Ocean Energy Pathway, Julia Paletta.

Justiça reestabelece licença de Candiota. O desembargador Marcos Roberto Araújo dos Santos atendeu pedido da Âmbar Energia e restabeleceu a licença de operação da usina à carvão de Candiota III e da mina de Candiota (RS). A decisão suspende deliberação anterior que determinava ao Ibama e os órgão ambiental estadual a interrupção da licença.

Cortes de geração. Os diretores da Aneel alertaram agentes do mercado que a consulta pública 45/2019 não resolverá todos os desafios relacionados ao curtailment. Durante reunião na quarta (3/9), em Brasília, a agência discutiu critérios regulatórios, operacionais e contábeis para manobras de redução de oferta no SIN.

Energia limpa na Amazônia. A Eletrobras, Aggreko, Oliveira Energia e Roraima Energia ganharam uma chamada do programa Energias da Amazônia, do MME, coordenada pelo Comitê Gestor do Pró-Amazônia Legal (CGPAL). 

  • As iniciativas incluem hibridização de usinas térmicas com energia solar fotovoltaica e sistemas de armazenamento em baterias, além da modernização da iluminação pública em municípios estratégicos. 

Renováveis para fertilizantes. A Casa dos Ventos e a Mosaic Fertilizantes vão ampliar a parceria para o uso de energia renovável na produção de fosfato da companhia no Brasil. Com o acordo, a participação de energia renovável da Mosaic vai passar de 30% para 55% do consumo total de eletricidade nas operações locais.

Eletrificando. As vendas de carros elétricos no Brasil somaram 20.222 unidades em agosto, uma participação de 9,4% do mercado automotivo no período, de acordo com dados da ABVE. A associação projeta que os emplacamentos devem superar a marca de 200 mil em 2025.

Biocombustíveis. A ANP passou a publicar em seu site o relatório anual do etanol, sendo a primeira edição relativa à “Safra 2025-2026”. O documento mostra a contratação prévia de etanol anidro, por distribuidores de combustíveis líquidos, junto a produtores de etanol, importadores e empresas comercializadoras de etanol.

Fórum do Biogás. O decreto do biometano previsto na Lei do Combustível do Futuro, esperado para esta semana, pode ser um marco para acelerar os investimentos no gás renovável, mas o mandato precisa ser bem calibrado para assegurar espaço também para o mercado voluntário. É a visão do diretor de Gases Renováveis da companhia, Erik Trench, em entrevista ao estúdio eixos no 12º Fórum do Biogás.

  • Na esfera local, o governo estadual de São Paulo pretende, ao regulamentar a certificação do biometano, traçar diretrizes que ajudem a melhorar o ambiente político regulatório, conta a secretária de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.
  • Enquanto isso, o governo de Goiás aposta no setor de transportes como âncora da indústria de biometano no estado. E o primeiro impulso pode vir da frota de ônibus, conta o subsecretário de Energia do estado, Renato Lyra.
  • Já o diretor de novos negócios da Copersucar, Daniel do Valle, diz que a troca do diesel pelo biometano na frota da indústria sucroalcooleira é uma oportunidade para reduzir ainda mais a pegada de carbono do etanol.
  • De olho no potencial mercado, a Eren Biogás Brasil espera tomar a decisão de investimento nos seus primeiros projetos greenfield nos próximos doze meses.

Bioindústria. O MDIC abriu na quinta (4/9) consulta pública sobre bioindústria e biomassa que auxiliará a elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia (PNDBio). As contribuições podem ser enviadas pelo portal Participa + Brasil até 3 de outubro.
 
Economia circular. O BNDES aprovou financiamento de R$ 400 milhões para a expansão da unidade de rerrefino de óleo lubrificante usado da Lwart Soluções Ambientais, em Lençóis Paulista (SP). O projeto amplia em 144 mil metros cúbicos por ano a capacidade de processamento e consolida a empresa como a segunda maior do mundo no setor.
 
Transição dos fósseis. A CEO da Catavento, Clarissa Lins, participou do energy talks, na quinta (4/9) para falar sobre a transição para longe dos combustíveis fósseis, em meio à rápida expansão da demanda por energia. Estudo da consultoria indica que as alavancas para reduzir a dependência de óleo e gás são diferentes das do carvão, o que requer estratégias distintas. Assista no canal da agência eixos
 
Clima extremo. O período de estiagem na Amazônia brasileira está mais severo e a temperatura da floresta aumentou 2 graus entre 1985 e 2020, segundo estudo liderado por cientistas da USP. A análise revisou 35 anos de dados de desmatamentos, temperatura e chuvas no bioma e descobriu que o desmatamento é responsável por 74,5% da redução de chuvas e 16,5% do aumento da temperatura nos meses de seca. (Agência Brasil)
 
Opinião: O STF validou a norma que autoriza a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a definir como as distribuidoras devem devolver aos cidadãos os valores de PIS/Cofins pagos a mais, decorrentes da indevida inclusão do ICMS em sua base de cálculo, escrevem a sócia e associados da área Tributária & Aduaneira do Vieira Rezende Advogados, Bruna Luppi, Fernanda Rizzo e Thadeu Matsukura.

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