Hub de hidrogênio

Aço e amônia verdes disputam US$ 250 mi em chamada para hubs de hidrogênio no Brasil

Segundo MME, cinco propostas selecionadas têm alto potencial de implementação até 2035; duas são de fertilizantes e uma de aço

Entre os projetos em estudo pela Begreen no Rio Grande do Sul está o fornecimento de fertilizantes a partir da amônia verde para o cultivo de milho (Foto Angela/Pixabay)
Foto Angela/Pixabay

RIO — Aço e fertilizantes de baixo carbono estão na lista divulgada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), na última sexta (29/08), com o resultado da chamada pública para hubs de hidrogênio. Segundo o governo, todas têm alto potencial de implementação até 2035.

O edital é uma das principais ações do Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), que prevê a consolidação desses polos de produção e uso do energético até 2035.

Cinco projetos, distribuídos em quatro estados, foram priorizados para integrar o Plano de Investimentos do Brasil no Climate Investment Funds – Industry Decarbonization (CIF-ID), entre eles, dois de amônia e um de aço verde.

O mecanismo internacional prevê até US$ 250 milhões em recursos concessionais aos projetos brasileiros.

Estão na disputa o projeto H2Orizonte Verde do Grupo CSN (RJ), o Uberaba Green Fertilizer da Atlas Agro e o hub de hidrogênio e amônia da Cemig, estes dois últimos em Uberaba (MG), além do hub de H2V de Camaçari da Neoenergia (BA) e o B2H2 da Copel (PR).

Em junho, o Brasil foi oficialmente convidado em junho pelo Comitê do Fundo Fiduciário do CIF a preparar um plano de investimentos destinados a acelerar a adoção de tecnologias de baixo carbono em setores de difícil abatimento, como cimento, aço, alumínio, químicos e fertilizantes.

Após esta seleção, o país deve concluir o Plano de Investimentos do Brasil no CIF-ID para orientar a alocação dos recursos internacionais para os projetos priorizados.

A elaboração do documento será coordenada pelo Ministério da Fazenda com participação do MME, MDIC, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial e UNIDO.

A seguir, conheça as iniciativas de aço e fertilizantes escolhidas pelo Brasil.

Aço verde na CSN

A siderúrgica de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, vem testando a injeção de hidrogênio verde nos regeneradores do alto-forno, reduzindo o uso de coque e gás natural na produção de aço.

Segundo a CSN, a solução já proporcionou aumento de 7% na temperatura de sopro e queda significativa nas emissões de CO2 na siderurgia.

Fertilizantes da Atlas Agro

O projeto da Atlas Agro em Uberaba (MG) pretende substitui importações de fertilizantes ao mesmo tempo em que oferece uma opção de baixo carbono e competitiva para o agronegócio brasileiro.

A companhia suíça projeta uma planta de fertilizantes verdes com capacidade de 530 mil toneladas por ano.

Abastecida por energia solar e eólica, a unidade deve atender de 25% a 30% da demanda regional de nitrogenados em um raio de 500 quilômetros, reduzindo a pegada de carbono da agricultura em até 50%.

E na Cemig

Também em Uberaba, a estatal mineira assinou um memorando de entendimentos com a H2Brazil para fornecer energia para uma planta de fertilizantes a partir de hidrogênio verde.

O projeto, orçado em R$ 7,8 bilhões, conta com apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Invest Minas e a prefeitura local.

A planta em Minas Gerais terá capacidade de até 820 MW até 2030, para produção de fertilizantes nitrogenados.

    Lançada em outubro de 2024, a chamada pública recebeu 70 propostas de diferentes regiões do país. Após avaliação de critérios como impacto, inovação e viabilidade técnico-econômica, 12 projetos foram pré-selecionados em dezembro

    Desses, cinco avançaram para a fase final e serão considerados prioritários no plano brasileiro junto ao CIF-ID, que deve ser concluído até dezembro de 2026.

    “A iniciativa, representa uma relevante estratégia para identificar propostas nacionais que tem potencial para contribuir com a transição energética e a descarbonização de setores industriais de difícil abatimento”, afirma o MME.

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