Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira (25/8), diante do aumento das incertezas sobre um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia e da expectativa de que os EUA elevem tarifas sobre a Índia como punição pela compra de petróleo russo. A aplicação dessas sanções secundárias deve ocorrer ainda nesta semana.
Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para novembro avançou 1,49% (US$ 1,00), a US$ 68,22 o barril, enquanto o petróleo WTI para outubro, negociado na Nymex, fechou em alta de 1,79% (US$ 1,14), a US$ 64,80 o barril.
Investidores especulam que as expectativas de um acordo de paz iminente entre Rússia e Ucrânia estejam diminuindo, com o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmando que “veremos o que acontece” dentro de duas semanas e alertando novamente sobre consequências caso a guerra não chegue ao fim.
Enquanto isso, uma tarifa adicional de 25% sobre a Índia, devido às compras de petróleo russo, deve entrar em vigor na quarta-feira (27/8), como adiantou o conselheiro de Trump, Peter Navarro, na semana passada.
“Alguns investidores acreditam que ainda é necessário um prêmio de risco para contabilizar interrupções adicionais no fornecimento da Rússia nas próximas semanas e meses”, afirmou Ritterbusch.
O comprometimento dos traders também mostra “uma inclinação altista incomumente forte”, já que o interesse de venda por parte de fundos “secou em grande parte”, acrescentou a empresa de consultoria em energia independente.
Analistas do ING concordam e acrescentam que “incertezas sobre um acordo de paz Rússia-Ucrânia e o risco de sanções mais severas pairam sobre o mercado”.
“Está se tornando cada vez mais provável que tarifas secundárias contra a Índia por suas compras de petróleo russo sejam aplicadas em 27 de agosto”, disseram os analistas.
O banco aponta que os preços também são apoiados por uma melhora no apetite por risco após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, indicar possibilidade de corte de juros no próximo mês, mas as apostas dos investidores ainda dependem dos próximos dados sobre emprego e inflação.
Por Pedro Lima