Mais de 50% do portfólio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), considerando crédito e serviços, está relacionado à economia verde e ao desenvolvimento sustentável, de acordo com o superintendente de Governo e Relacionamento Institucional do Banco, Pedro Bruno.
Além disso, a grande maioria dos projetos em processo de estruturação pela instituição está enquadrada em critérios ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança), diz o superintende. Ele acredita que “é algo que vai cada vez mais crescer”.
“Na carteira hoje de estruturação do BNDES nós temos 121 projetos sendo estruturados simultaneamente, que representam investimentos da ordem de R$ 230 bilhões, e dessa carteira, 70 projetos a gente classificou como projetos ESG”, afirmou Bruno em evento promovido pela Abdib, nesta quinta (13).
Entre os projetos, ele ressalta que o setor de saneamento é um dos melhores exemplos de infraestrutura sustentável, lembrando o sucesso que foi o recente leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae).
A operação, que contou com a participação do Banco como financiador, arrecadou R$ 22,6 bilhões, superando em 114% a expectativa inicial, que era de R$ 10,6 bilhões.
“É um marco simbólico para o país. Estamos falando de um leilão muito competitivo, o que mostra um apetite do mercado pro esse tipo de ativo”, diz.
Até o fim deste ano, o BNDES deve participar de mais três leilões no setor. No Amapá (R$ 3 bilhões em investimentos), Porto Alegre (R$ 2,1 bi) e Rio Grande do Sul (R$ 3 bi).
Além desses, mais dois devem ocorrer até junho do ano que vem, em Alagoas e no Ceará. Somados, os projetos podem movimentar R$ 17 bi em investimentos e beneficiar mais de dez milhões de pessoas.
“Por um lado, nós temos esse cenário de escassez de recurso público para esses investimentos, por outro lado há um excessos de liquidez no mundo para ser aplicado nesses projetos (…) Para bons projetos bem estruturados não vão faltar investimentos, acredita o superintendente.
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Novas fronteiras
Bruno explica que o “saneamento já é ESG por natureza”, mas que o BNDES vem olhando outros segmentos capazes de incorporar os conceitos ESG de sustentabilidade.
“Nós temos avançados em setores que chamamos de novas fronteiras, são estruturações de projetos de concessão de unidades de conservação, parques e florestas nacionais, para fins de manejo sustentável”, conta.
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Nesta quinta, 13, foi publicada no Diário oficial a Resolução CPPI nº 180, que recomenda a qualificação, no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), para a concessão de três Parques Florestais Nacionais.
Os projetos estão sendo estruturados pelo BNDES, com expectativa de publicação de edital no primeiro trimestre de 2022. São eles: Florestas Nacionais de Três Barras e Chapecó, em Santa Catarina, e Floresta Nacional de Irati, no Paraná.
Juntos, eles oferecerão cerca de 9,7 mil hectares de área de manejo, que se somarão aos 2,5 milhões de hectares das áreas dos projetos já qualificados no PPI.
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