Renovação da Enel

Tarcísio diz ser 'absolutamente crítico' a contrato da Enel e defende que não seja prorrogado

Governador afirma que distribuidora não realiza os investimentos necessários, classifica serviço como “extremamente ruim” e sugere dividir a concessão em duas

Tarcísio de Freitas durante a abertura do '24° Congresso Brasileiro do Agronegócio', em SP, em 11 de agosto de 2025 (Foto Pablo Jacob/Governo de SP)
Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante a abertura do '24° Congresso Brasileiro do Agronegócio', em SP (Foto Pablo Jacob/Governo de SP)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira (18/8) que é “absolutamente crítico” ao contrato de concessão da Enel, empresa distribuidora de energia elétrica que atende 24 municípios na Região Metropolitana de São Paulo.

Segundo Tarcísio, o governo federal e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não deveriam prorrogar a parceria.

“A empresa não faz os investimentos necessários, não faz Capex, não faz Opex. Por quê? Porque aquilo a qualidade do serviço não vai ser reconhecido na tarifa. E como não é reconhecido na tarifa, não gera receita, e a empresa não faz o investimento”, disse Tarcísio.

“É uma empresa geradora de caixa, uma empresa geradora de receita, mas que não faz os investimentos necessários.”

O governador classificou o serviço como “extremamente ruim” e “ultrapassado”.

Segundo ele, os dois indicadores de desempenho previstos — Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC) — eram fáceis de atingir, já que previam expurgos por condições climáticas, e isso permitia que a empresa não realizasse os investimentos necessários.

Ele observou que a demora na religação da rede em situações extremas (apagões), como tempestades e ventos fortes, é resultado dessa falta de investimentos, de pessoal e, sobretudo, de automação.

“Eu prepararia essa concessão, que é muito grande, em pelo menos duas concessões. E estabeleceria um contrato que amarrasse, de fato, os investimentos, as servidões, como isso vai ser cobrado ao longo do tempo”, continuou Tarcísio.

Para o governador, São Paulo não poderia aceitar a prorrogação do contrato, especialmente no cenário atual, em que a recuperação da capacidade de investimento “é fundamental” para as administrações públicas.

Em resposta às críticas, a Enel SP afirmou ter “forte compromisso com os 8 milhões de clientes” e que vem ampliando investimentos para modernização e digitalização.

“De 2025 a 2027, a companhia está investindo R$ 10,4 bilhões, montante recorde para a região, principalmente, para fazer frente ao avanço dos eventos climáticos”, conforme nota enviada à agência eixos.

A distribuidora informou ainda ter contratado 1.200 eletricistas entre novembro e março e reforçado seu plano operacional, reduzindo em 50% o tempo médio de atendimento no último verão.

Texto atualizado às 16:06 de 18 de agosto para incluir o posicionamento da Enel.

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