A Petrobras, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) receberam 32 propostas de fundos de investimento interessados em participar da chamada pública para gerir o Fundo de Investimento em Participações em Empresas Emergentes (FIP) voltado à transição energética, informou a estatal nesta sexta-feira (15/8).
Segundo a Petrobras, o fundo contará com recursos de até R$ 500 milhões, sendo R$ 250 milhões da companhia, R$ 150 milhões do BNDES e R$ 100 milhões da Finep.
A previsão é que os investimentos comecem em 2026, após a seleção da gestora responsável pelo FIP.
A chamada pública busca selecionar uma administradora de fundos registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para gerir o capital e identificar empresas aptas a receber aportes.
O fundo será dedicado investimentos em participações minoritárias em startups e micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) de base tecnológica que possuam soluções inovadoras nas áreas de energias renováveis e de baixo carbono no Brasil.
Geração de energia renovável, armazenamento e eletromobilidade, combustíveis sustentáveis, captura, utilização e estocagem de carbono (CCUS) e descarbonização de operações estão entre as áreas de interesse.
As startups alvo devem possuir ao menos soluções validadas e início de receitas recorrentes.
A expectativa é de que o fundo possa apoiar empresas com alto potencial de crescimento, contribuindo para acelerar soluções alinhadas à transição energética.
De acordo com a Petrobras, o FIP pretende atrair também outros investidores para ampliar o volume total destinado aos investimentos.
“O número de propostas recebidas demonstra a relevância dos investimentos em transição energética e descarbonização”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
A diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, afirmou que apoiar startups e pequenas empresas com potencial tecnológico é uma forma de acelerar soluções sustentáveis e inclusivas, fundamentais para a soberania energética do país.
“A boa adesão à chamada pública demonstra a força do ecossistema de inovação brasileiro”, disse Baruzzi.
Segundo a Petrobras, o gestor selecionado terá autonomia nas decisões de investimento.
O prazo total de funcionamento do fundo será de até 12 anos, na modalidade Corporate Venture Capital — modelo em que empresas de grande porte investem em negócios emergentes com potencial de expansão e relevância estratégica.
O projeto integra o Petrobras Innovation Ventures, módulo do programa Conexões para Inovação, e também é parte do Acordo de Cooperação Técnica firmado em 2023 entre Petrobras e BNDES, que prevê ações conjuntas em pesquisa científica, desenvolvimento produtivo e governança no setor de energia.