NESTA EDIÇÃO. Mercado sinaliza interesse na Comerc, controlada pela Vibra, dizem jornais.
CMSE indica maior acionamento de termelétricas no segundo semestre.
Prefeito do Rio firma acordo com Oracle e Elea para hub de data centers.
Lula provoca e convida Trump para a COP30.
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Comerc à venda de novo após fusão com a Vibra?
Informações divulgadas pela imprensa na quinta-feira (14/8) apontam que há interesse do mercado na negociação da comercializadora de energia Comerc, que foi incorporada pela Vibra em janeiro deste ano.
- Segundo o FL Journal, o movimento vem do mercado financeiro e ainda não há uma decisão da Vibra sobre a transação.
- Já o Valor Econômico aponta que há interesse em reduzir a participação, que pesa na dívida da distribuidora.
- A Vibra não comentou as reportagens.
A distribuidora de combustíveis comprou a comercializadora com a estratégia de atuar de forma integrada no mercado de energia.
- A fusão atendeu aos anseios de ambas as empresas: para a Vibra, representou maior atuação no mercado de energia elétrica, em um momento de expansão dos veículos elétricos.
- Já para a Comerc, a expectativa era que a capilaridade da distribuidora no mercado nacional e a experiência com o cliente final de energia ajudassem no posicionamento após a abertura do mercado livre para todos os consumidores.
- A Comerc tem cerca de 16% de market share no mercado livre de energia e opera um parque de geração solar e eólica com 2,1 gigawatts (GW) de capacidade.
A Vibra vem reforçando a posição nos combustíveis líquidos: expandiu a rede própria em 92 postos este ano e encerrou o segundo trimestre com ganho de 0,3% de mercado.
- Tem se posicionado na oferta de combustíveis líquidos menos poluentes e foi, inclusive, a primeira distribuidora a disponibilizar Combustível de Aviação Sustentável (SAF) no mercado nacional, em março.
- Além disso, ampliou a estratégia em combustíveis com teor renovável. Este ano passou a comercializar diesel marítimo com até 30% de biodiesel e a usar uma mistura que contém 10% de HVO para abastecer a frota da BR Aviation.
No começo deste ano, a Vibra também anunciou a saída do capital da ZEG Biogás.
- A aquisição de 50% da ZEG ocorreu em 2022, quando a companhia assumiu um compromisso de investir para acelerar o crescimento da produção de biometano.
A empresa vive um cenário de endividamento: encerrou o segundo trimestre de 2025 com uma dívida bruta de R$ 25,7 bilhões – 37% maior que no mesmo período do ano passado.
- Os desafios envolvem ainda a própria marca: a Petrobras quer de volta o nome que a distribuidora usa nos postos.
- Apesar de indicar que vai cumprir o acordo de não competição e de cessão de uso da marca até o fim do prazo, em 2029, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, tem manifestado desconforto com o cenário.
- A distribuição de combustíveis é estratégica, já que é o contato com o consumidor final em uma área sensível para a população.
- Vale lembrar que a estatal ensaia um retorno ao mercado de distribuição de GLP, do qual saiu em 2021 com a venda da Liquigás.
Contribuição bilionária. No primeiro semestre de 2025, a Petrobras recolheu R$ 131,7 bilhões aos cofres públicos. O valor inclui R$ 86,5 bilhões em tributos próprios, R$ 31,8 bilhões em participações governamentais e R$ 13,4 bilhões em tributos retidos de terceiros.
Crimes contra dutos. Enquanto três propostas sobre furtos em dutos estão paradas no Congresso Nacional, a Transpetro investe cerca de R$ 100 milhões por ano em sistemas de detecção avançada e monitoramento para evitar essas ocorrências.
- Este ano, até junho, a empresa teve 17 derivações clandestinas na malha. As tentativas podem ocasionar problemas como vazamentos, explosões e risco ao meio ambiente, além de impacto econômico e financeiro.
ANP busca servidores. A agência reguladora iniciou um processo interno para requisitar de volta os quadros da agência espalhados por órgãos federais — entre eles, o MME.
- Trata-se uma mudança nas regras para cessão, restringindo a possibilidade apenas para a ocupação de cargos de maior nível hierárquico.
Preço do barril. Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta na quinta-feira (14/8), em uma sessão marcada pelas expectativas pela reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, nesta sexta (15), no Alasca.
- O Brent para outubro avançou 1,84% (US$ 1,21), a US$ 66,84 o barril.
Novo vale-gás. Um dos impasses para o anúncio do programa do governo Gás para Todos foi ultrapassado esta semana, segundo informações do Estadão/Broadcast, com a aceitação, pelas distribuidoras, da venda do gás liquefeito de petróleo (GLP) ao preço de atacado, e não a varejo como pretendiam.
Maior acionamento de térmicas… O abastecimento de energia elétrica no Brasil deverá contar com maior participação de usinas termelétricas nos próximos meses, segundo avaliação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, órgão vinculado ao MME. A medida foi indicada pelo ONS diante do aumento previsto na demanda combinado à estação seca.
… E dificuldades nas renováveis. Manter a renovabilidade da matriz elétrica brasileira é um desafio diante do atual cenário de mudanças, segundo o secretário nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME), Gustavo Ataíde.
- Entre os problemas a serem enfrentados no futuro estão a maior ocorrência de eventos climáticos extremos, as altas temperaturas e o aumento da demanda com a maior chegada de veículos elétricos e data centers ao país.
E os data centers estão chegando. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), assinou um protocolo com a Oracle e a Elea para viabilizar a implantação de um data center na Barra da Tijuca.
- O governo municipal está trabalhando na estruturação de um hub, que prevê capacidade de 1,8 GW de energia de baixo carbono e fornecimento ilimitado de água.
Eólicas offshore sob consulta. O Ministério de Minas e Energia reabriu a consulta pública sobre metodologia para seleção de áreas destinadas à geração de energia eólica offshore no Brasil. Os interessados podem contribuir até 1º de setembro.
Leilão do GSF. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) concluiu a liquidação financeira dos passivos negociados no leilão do GSF (sigla em inglês para fator de geração), totalizando R$ 1,34 bilhão. A negociação busca encerrar ações judiciais movidas pelas geradoras.
- Parte do valor será direcionado à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
Devolução de impostos. O Supremo Tribunal Federal (STF) validou a lei que garantiu a devolução de valores pagos a mais por consumidores nas contas de energia elétrica.
- A Corte julgou constitucional a lei que estabeleceu a competência da Aneel para promover a devolução de valores extras pagos pela incidência de ICMS e PIS/Pasep.
Lula convida Trump para COP30. O presidente Lula confirmou o envio de uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convidando-o para participar da COP30.
- O petista também reiterou que, ainda nesta semana, pretende manter diálogo com líderes de países como África do Sul, Alemanha, França e México para construir uma reação conjunta às tarifas dos EUA.
MP do tarifaço. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos/PB), afirmou que o Congresso Nacional tratará como “prioridade” a Medida Provisória que oferece um pacote de socorro a empresas afetadas pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos a produtos brasileiros.