A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu início no mês de agosto a fiscalizações em usinas termelétricas apontadas como estratégicas para o atendimento do Sistema Interligado Nacional (SIN).
A medida é motivada pela redução dos níveis dos reservatórios durante a época seca e pela expectativa de maior uso das térmicas no segundo semestre e início de 2026.
Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a ação é coordenada com base nas avaliações do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e busca aumentar a confiabilidade no suprimento de energia em momentos de maior demanda.
“Seguimos acompanhando a evolução das condições de atendimento à carga para garantir mais segurança energética à população brasileira e ao equilíbrio do nosso setor elétrico”, afirmou o ministro Alexandre Silveira (PSD), em nota.
De acordo com a Aneel, os testes de disponibilidade envolvem a operação das usinas selecionadas com carga total por pelo menos quatro horas. A agência comunicou os agentes termelétricos em julho sobre a possibilidade de convocação.
Os testes são executados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que também é responsável por validar dados técnicos como tempo de sincronismo, velocidade de carga e capacidade efetiva de geração.
O MME explica que a medida está alinhada com projeções do ONS que apontam necessidade de maior acionamento térmico nos próximos meses, principalmente nos horários de ponta — períodos do fim do dia em que o uso simultâneo de eletricidade costuma atingir os maiores patamares.
Segundo nota da Aneel, a medida visa assegurar o fornecimento de energia elétrica durante os meses de menor incidência de chuvas (maio a novembro), período em que os reservatórios das hidrelétricas tendem a baixar e a geração pode não atender à demanda.
Se forem constatadas diferenças entre a capacidade informada pelas empresas e o desempenho observado durante os testes, a Aneel abrirá um processo de apuração de indisponibilidade parcial.
Nesse caso, as usinas permanecerão classificadas dessa forma até que comprovem, em nova avaliação, a geração declarada ao ONS.