Trabalhadores das plataformas da Petrobras na Bacia de Campos, no Norte Fluminense, entraram em greve nesta segunda (3), em mobilização por “medidas corretas de prevenção à Covid-19” na empresa, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Na sexta (30), o Sindipetro-NF divulgou comunicado feito à Petrobras informando sobre o movimento de greve “por tempo indeterminado”.
Em resposta, a Petrobras disse que a convocação de movimento de greve causa “enorme estranheza” e afirmou que “todas as ações da companhia têm base em evidências científicas e determinações de autoridades sanitárias”.
Os petroleiros também são contrários à escala de trabalho implantada pela estatal no início de abril, que ampliou o período dos embarcados em suas plataformas de 14 para 21 dias seguidos, com folgas de 28 e 35 dias alternadamente.
À época, os petroleiros chegaram a tentar impedir os embarques de trabalhadores de serviços não essenciais para a plataforma P-54 no campo de Roncador.
Já a Petrobras afirma que a medida busca reduzir o fluxo de pessoas, com os empregados embarcando apenas duas vezes, ao invés de três.
“A escala temporária nas unidades offshore foi adotada pela companhia em caráter excepcional para fortalecer as medidas de prevenção (…). Sua implementação, associada a outras medidas, proporciona redução significativa dos embarques e desembarques e dos deslocamentos individuais (de 33% até 47%), diminuindo o fluxo de pessoas e promovendo o distanciamento recomendado pelos órgãos de saúde e da vigilância sanitária”, respondeu a Petrobras em nota.
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Petrobras nega “surto”
A Petrobras também negou a ocorrência de surtos de casos de Covid-19 em suas diversas plataformas.
Segundo a companhia, o protocolo preventivo nas unidades offshore é de desembarque do colaborador que reporta sintomas a bordo, bem como de todos os que tiveram contato próximo com ele, antes da confirmação de contaminação.
“Por isso é importante esclarecer que somente os desembarques não caracterizam um surto, já que o desembarque de casos suspeitos e seus contactantes é uma medida preventiva e que, após os testes em terra, a maioria dos casos suspeitos de contaminação não se confirma”, explicou em nota.
Ainda de acordo com a Petrobras, na última semana, apenas 10% dos casos desembarcados tiveram resultado positivo.
Covid-19 no sistema Petrobras
Fonte: MME, em 26 de abril
- 46.416 empregados
- 192 casos ativos (confirmados e em quarentena)
- 47 trabalhadores hospitalizados;
- 18 óbitos em regime de trabalho remoto;
- Sete óbitos em regime presencial;
- Um óbito durante férias;
Dados mais recentes do Boletim de Monitoramento da Covid-19 do Ministério de Minas e Energia (MME) divulgado no dia 26 de abril mostram que os casos de contaminação de funcionários somam 6,4 mil, desde o início da pandemia.
Entre 5 e 26 de abril deste ano, foram registradas seis mortes, totalizando 26 mortes por Covid-19 até o início da semana passada.
Além das plataformas da Bacia de Campos, as refinarias Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG), e Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, também registram casos de contaminação.
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