O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse em entrevista à CNN Brasil nesta sexta-feira (25/7) que o governo está preparando uma política de minerais críticos. O objetivo da medida, segundo ele, é recepcionar capital — independente da origem do dinheiro.
A fala sobre minerais críticos veio após ser questionado sobre a ofensiva norte-americana sobre as reservas brasileiras desses elementos, essenciais para a transição energética e para a indústria de tecnologia.
“Essa política vai impulsionar a mineração de minerais raros. Nós temos um quarto das terras raras do mundo, somos riquíssimos em nióbio, cobre, lítio e queremos recepcionar recursos estrangeiros, garantida a soberania e os resultados sociais para os brasileiros”, enfatizou o ministro.
Silveira também afirmou que negociações datadas da época do governo de Joe Biden para o acesso dos EUA a metais extraídos do Brasil nunca cessaram, mas que o atropelo de Donald Trump, ao impor tarifa de 50% a produtos brasileiros, concentraram todas as decisões na Casa Branca.
“Essa é uma política mineral que o presidente Lula determinou que fosse desenvolvida e que atraia investimentos americanos, chineses, franceses, russos, mas que preserve nossa soberania e assegure resultados para as comunidades onde há a exploração”, afirmou.
O programa Mineração para Energia Limpa (MEL) vem sendo desenvolvido pelo MME há mais de dois anos e prevê o fomento à atividade por meio de instrumentos de financiamento como a emissão de debêntures incentivadas; promoção internacional; fortalecimento da Agência Nacional de Mineração (ANM); e estímulos ao mapeamento geológico.
Etanol, petróleo e Gás para Todos
Durante a entrevista, Silveira defendeu a manutenção da tarifa de 18% para o etanol no comércio com os Estados Unidos, a fim de manter o equilíbrio da balança comercial.
“Esse mercado [de etanol] dos Estados Unidos é muito importante para nós, como o mercado de açúcar brasileiro é muito importante para os Estados Unidos”, frisou.
O ministro também reforçou o aumento no número de famílias beneficiadas com o vale-gás e a ampliação da quantidade de famílias atendidas pelo novo programa, o Gás para Todos. Será ampliado de 5,1 milhões para 17,4 milhões de famílias, que deixarão de receber o benefício em dinheiro e passarão a receber um botijão a cada dois meses. O custo passará de R$ 2,4 bilhões para R$ 5,6 bilhões.
O novo programa de distribuição de botijões será lançado no dia 5 de agosto, a partir da publicação de uma Medida Provisória.
Para 2026, o ministro afirmou que espera arrecadar entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões com os leilões de oferta permanente.