MACEIÓ — A inclusão do gás natural como combustível de transição na Taxonomia Sustentável Brasileira será fundamental para viabilizar os corredores sustentáveis e incentivar, assim, a substituição do diesel pelo gás na frota de veículos pesados, defende o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro.
Em entrevista ao estúdio eixos, durante o evento Energia 360 Alagoas 2025, promovido pela Origem Energia, Santoro disse que o reconhecimento do gás, na taxonomia, ajudará a financiar os investimentos necessários em infraestrutura.
A expectativa, segundo ele, é que o assunto avance a tempo da COP30, este ano.
“A taxonomia é a coisa mais importante para o setor de transporte”, disse.
O Ministério da Fazenda se debruça sobre a construção da Taxonomia Sustentável do Brasil. O mecanismo deve ajudar a reorientar o financiamento e os investimentos públicos e privados para atividades econômicas com impactos ambientais, climáticos e sociais positivos.
“Todo mundo quer ser mais relevante nessa discussão de descarbonização. E a gente precisa ter a possibilidade de estar dentro da taxonomia, na parte obrigatória, para a gente poder ser elegível, para a gente participar desse mercado de carbono, para financiar essa transição energética”, comentou.
Santoro destacou que o Brasil precisa aproveitar o seu potencial de produção de gás para reduzir a dependência do diesel.
“Eu acredito que o gás é muito importante, o Brasil ainda é um país pobre e como um país pobre a gente investir para uma transição para energia elétrica direto, sem passar pelo gás, é muito custoso para a gente. A gente tem que aproveitar o potencial que a gente tem de produção de gás nosso”.
Gás em pontos de parada de caminhoneiros
Santoro citou ainda que o Ministério dos Transportes pretende implementar, nos Pontos de Parada e Descanso (PPDs) para caminhoneiros, estruturas voltadas ao abastecimento de veículos pesados com gás natural e gás natural liquefeito (GNL).
Ao todo, estão previstos 70 novos pontos até o fim de 2027 – dos quais nove já foram entregues.
Ele conta que a pasta tem buscado a aproximação com diversos atores, para viabilizar a chegada do gás nesses pontos.
“Nós estamos falando com os produtores, estamos falando com os distribuidores, estamos falando com os fabricantes de caminhões e também estamos falando com os fabricantes de motores e de transformação”, disse.
“Conectar esses setores empresariais é o papel do Ministério. A gente tem tentado fazer isso de uma maneira de induzir o desenvolvimento dessa transição desses corredores azuis”, complementou.