ExxonMobil estima potencial de captura de 500 bilhões de toneladas de CO2 no Golfo do México

Onboard the Maersk Developer, operating the Hadrian-5 well for ExxonMobil about 200 miles offshore in the KC-919 field in the Gulf of Mexico,  on July 6, 2011.  © 2011 Robert Seale
Onboard the Maersk Developer, operating the Hadrian-5 well for ExxonMobil about 200 miles offshore in the KC-919 field in the Gulf of Mexico, on July 6, 2011. © 2011 Robert Seale

O CEO da ExxonMobil, Darren Woods, afirmou, em artigo publicado no jornal The Wall Street nesta segunda (19), que é possível capturar e armazenar até 500 bilhões de toneladas de CO2 em rochas a milhares de metros abaixo do mar do Golfo do México.

“Com base nos números do Departamento de Energia dos Estados Unidos, estimamos que haja capacidade adequada, ao longo da Costa do Golfo, para armazenar cerca de 500 bilhões de toneladas de CO2″, diz o artigo, assinado em conjunto com o presidente da Exxxon para soluções debaixo carbono, Joe Blommaert.

Nos últimos três anos, a maior empresa de petróleo dos Estados Unidos tem estudado a criação de hubs de captura e armazenamento de carbono (CCS) em áreas industriais do Porto de Houston, Texas, próximas ao Golfo. Essas zonas abrigam uma das maiores fontes de emissões industriais dos EUA.

Chamada de CCS Innovation Zone, a inciativa da ExxonMobil prevê incentivos governamentais e investimentos do setor privado. A companhia hoje é líder mundial em CCS, respondendo por cerca de 40% de todo o CO2 capturado.

“Estimamos que Houston (CCS Innovation Zone) tenha potencial para armazenar até 100 milhões de toneladas de carbono por ano até 2040. O projeto pode ajudar a cidade de Houston a atingir sua meta de se tornar neutra em carbono até 2050″, continua o artigo.

A proposta, segundo os executivos, poderia ser replicada em várias partes dos EUA com concentrações industriais semelhantes, incluindo o meio-oeste do país, e outros portos ao longo da costa do Golfo, gerando milhares de empregos.

“Esse projeto também protegeria milhares de empregos existentes em indústrias que buscam reduzir as emissões. Resumindo, o CCS em grande escala reduziria as emissões e, ao mesmo tempo, protegeria a economia”, afirma o artigo.

Para implementação do projeto, Woods e Blommaert defendem uma cooperação de “todo o governo”, uma vez que a inciativa estaria alinhada ao desafio climático proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que prevê um pacote trilionário de investimentos para transição rumo a uma economia de baixo carbono.

“O papel do governo seria estabelecer um ambiente regulatório e legal estável e permitir que o CCS receba investimentos privados e incentivos governamentais diretamente. Estabelecer um preço para o carbono também forneceria a certeza de mercado necessária para permitir que as empresas gerassem retornos sobre os investimentos na redução do carbono”, dizem os executivos.

No final do ano passado, a ExxonMobil prometeu cortar entre 15% e 20% das suas emissões por barril de petróleo produzido até 2025, com base nas emissões registradas pela empresa em 2016.

O anúncio veio depois da forte pressão de investidores, entre eles a Church Commissioners for England (Comissários da Igreja pela Inglaterra, em tradução livre), que exigiram mudanças na postura da empresa e desenvolvimento de uma estratégia de transição para energias limpas.

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