EUA cobram de Bolsonaro ações imediatas no combate ao desmatamento e maior diálogo com indígenas

Incendios florestais entre Miranda e Corumbá BR 262 e MS 184
Incendios florestais entre Miranda e Corumbá BR 262 e MS 184

John Kerry, conselheiro climático da Casa Branca, cobrou de Jair Bolsonaro resultados efetivos das políticas ambientais do governo brasileiro e maior diálogo com povos indígenas.

“O compromisso do presidente Jair Bolsonaro de eliminar o desmatamento ilegal é importante. Esperamos ações imediatas e engajamento com as populações indígenas e a sociedade civil para que este anúncio possa gerar resultados tangíveis”, publicou Kerry em sua conta oficial no Twitter, nesta sexta (16).

A mensagem foi uma resposta direta à carta enviada ontem (15) por Bolsonaro ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se comprometendo a “eliminar o desmatamento ilegal até 2030”.

Na Carta, Bolsonaro sugeriu a colaboração de outros países no envio de recursos para financiar políticas de proteção à floresta, e pediu a participação dos EUA.

“Alcançar essa meta, no entanto, exigirá recursos vultuosos e políticas públicas abrangentes, cuja magnitude obriga-nos a querer contar com todo o apoio possível, tanto da comunidade internacional, quanto de governos, do setor privado, da sociedade civil e de todos que comungam desse nobre objetivo”, disse Bolsonaro.

“Neste âmbito, naturalmente que o apoio do governo dos Estados Unidos, do setor privado e da sociedade civil americana serão muito bem-vindos”, complementou.

A carta termina com um pedido o engajamento pessoal do presidente Biden para alcance das metas assumidas pelo Brasil.

“Se, como creio ser o caso, a sua administração deseja associar-se a esse objetivo, tão ambicioso como meritório, como o desmatamento ilegal zero em 2030, apreciaria muito contar com o seu engajamento pessoal nesta causa”.

O governo brasileiro vinha tentando, em reuniões com representantes da Casa Branca, pedir US$ 1 bilhão aos Estados Unidos para combater o desmatamento na Amazônia. Entretanto, as conversas não foram bem sucedidas.

A expectativa era que houvesse um acordo entre os países que seria firmado na cúpula organizada por Joe Biden, que reunirá 40 líderes mundiais, entre eles Bolsonaro, para debater as mudanças no clima nos dias 22 e 23 de abril.

Ontem mesmo, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA negou qualquer possibilidade de um acordo bilateral entre Brasil e Estados Unidos durante o evento.

No final de março, segundo informações da Veja, o próprio Departamento havia pressionado publicamente o Brasil no combate ao desmatamento.

“Queremos um comprometimento claro para acabar com o desmatamento ilegal e um sinal político de que essa prática não será tolerada (…) Gostaríamos de ver uma queda real nos níveis de desmatamento ainda neste ano. Não vamos esperar por mais 5 ou 10 anos, nem por um compromisso em 2050”, disse a jornalistas um dos representantes do órgão que pediu para não ser identificado.

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