Projeto Poço Transparente

Governo qualifica empresa para avaliar fraturamento hidráulico em Minas

Iniciativa em parceria com estatal mineira busca testar gás não convencional na Bacia do São Francisco, sob acompanhamento da ANP e do MME

Atividade de fraturamento hidráulico (fracking) onshore no Colorado, EUA (Foto Phoenix Law)
Atividade de fraturamento hidráulico em campo terrestre no Colorado, EUA (Foto Phoenix Law)

Título opção (por favor o título da versão final, copia e cola ela lá embaixo no campo do slug, antes de publicar): Governo qualifica empresa para participar do projeto Poço Transparente

O Ministério de Minas e Energia (MME) habilitou a empresa Cemes Petróleo para participar do projeto Poço Transparente, voltado à avaliação do uso de fraturamento hidráulico (ou fracking) na exploração de gás natural não convencional.

A qualificação da Cemes é apenas o primeiro passo e não autoriza o início de operações.

Segundo nota do MME, o projeto ainda passará por etapas de análise e acompanhamento sob coordenação da pasta, com exigência de adoção “dos mais elevados padrões de segurança operacional e preservação do meio ambiente”.

Não há previsão de início de atividades em campo no curto ou médio prazo, afirma o ministério.

Como parte dos compromissos do Poço Transparente, a empresa deverá manter um canal online com informações públicas e atualizadas sobre o projeto. Todas as fases, do licenciamento à autorização final pela ANP, serão acompanhadas por órgãos públicos e deverão seguir critérios rigorosos de segurança ambiental e transparência.

De acordo com a agência, não há, até o momento, estudos sobre o risco de contaminação de aquíferos — fator que pode barrar a liberação das atividades.

Conforme adiantou em janeiro o eixos pro, serviço de cobertura exclusiva para empresas (teste grátis), a Cemes, em parceria com a estatal mineira Codemig, submeteu projeto para atuar no bloco SF-T-132, na Bacia do São Francisco, em Minas Gerais. 

O fracking — técnica que consiste na injeção de fluido sob pressão para liberar o gás retido em formações rochosas — já é adotado em países como Estados Unidos, Argentina e Canadá.

E a liberação do fraturamento hidráulico é uma bandeira defendida pelo ministro Alexandre Silveira (PSD). O MME conseguiu liberar 39 áreas na Bacia de São Francisco, em Minas Gerais, no fim do ano passado. Para isso, foi preciso assinar as manifestações conjuntas com o Ministério do Meio Ambiente (MMA).

O programa Poço Transparente foi criado para tentar viabilizar o uso do fraturamento hidráulico no Brasil, com o edital para qualificação de projetos lançado no fim de 2022. E estabelece um roteiro de cinco etapas: perfuração, completação, fraturamento hidráulico, testes de produção e abandono.

A expectativa é que o programa sirva como plataforma para aperfeiçoamento da regulação sobre o tema, com base em testes em campo, monitorados por órgãos públicos e com divulgação periódica de informações à sociedade.

Potencializa E&P

Em 2024, o governo criou, dentro da portaria que institui o programa Potencializa E&P, um subcomitê para debater o “desenvolvimento dos recursos de petróleo e gás natural em reservatórios não convencionais”.

O projeto da Cemes com a Codemig está na etapa de qualificação, junto à ANP. A superintendência de Exploração (SEP) informou ao MME que as concessionárias estão adimplentes, porém, ressaltou que o tema “carece de um entendimento institucional”, com um mapeamento de processos envolvendo outras áreas do upstream da agência.

Um dos critérios para a rejeição de projetos de Poço Transparente é a existência de estudos que demonstrem que a execução do fraturamento hidráulico afetará a base de um aquífero. A SEP informou que não consta em seus registros tal estudo.  

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