Fórum Brasil-Índia

Petrobras reafirma interesse em leilão de blocos exploratórios de óleo e gás na Índia

Estatal mira oportunidades na décima rodada de licitações do país asiático, reiterando seu interesse na atuação internacional.

Francisco Vervloet, Relações Institucionais da Petrobras.
Foto: Filipe Araujo / MinC
Francisco Vervloet, Relações Institucionais da Petrobras. Foto: Filipe Araujo / MinC

RIO — A Petrobras reafirmou nesta segunda-feira (7/7) seu interesse em participar da 10ª Rodada de licitação de blocos de óleo e gás na Índia — que será a maior já realizada pelo país asiático, com a oferta de 25 blocos distribuídos por 13 bacias sedimentares.

Ao participar do Fórum Econômico Brasil-Índia, no Rio de Janeiro, evento paralelo à Cúpula dos Brics, o gerente de Relações Institucionais da Petrobras, Francisco Vervloet, destacou o potencial das novas áreas exploratórias indianas e o alinhamento estratégico entre os dois países na área de energia. 

“A Petrobras tem interesse de atuar no exterior e acompanha com grande interesse a décima rodada de licitação de blocos exploratórios, anunciada pelo governo indiano no âmbito do programa de licenciamento de áreas abertas [OALP, na sigla em inglês]”, disse Vervloet.

Ao todo, a 10ª Rodada ofertará:

  • seis blocos terrestres (com área total de 16.871 km²);
  • seis blocos em águas rasas (41.391 km²);
  • um em águas profundas (9.991 km²);
  • e 12 em águas ultraprofundas (123.733 km²)). 

“Essa iniciativa, a maior já realizada pela Índia, em termos de áreas ofertadas, representa uma oportunidade para reforçar a parceria Brasil-Índia na área de energia, para a Petrobras gerar valor aliado à sua estratégia de longo prazo”, disse o gerente da estatal brasileira.

Aproximação com a Índia 

A aproximação entre Petrobras e empresas indianas tem se intensificado ao longo de 2025. Em fevereiro, a estatal brasileira assinou memorandos de entendimento com duas das principais companhias de energia da Índia: 

  • com a ONGC (Oil and Natural Gas Corporation), o acordo prevê colaboração em exploração e produção, descarbonização, biocombustíveis e novas energias;
  • e com a Oil India, a Petrobras estabeleceu cooperação para identificar oportunidades no offshore indiano.

Naquele mesmo mês, a Petrobras firmou ainda contrato com a estatal BPCL (Bharat Petroleum Corporation Limited) para exportação de até 6 milhões de barris de petróleo por ano a partir de 2025.

O governo indiano espera atrair investidores internacionais para explorar novas reservas, visando ampliar a segurança energética do país.

O país depende de importações para cerca de 85% de sua demanda por petróleo.

Vervloet destacou as semelhanças entre Brasil e Índia, em relação às desigualdades regionais e à necessidade de ampliar o acesso à energia.

“Tanto como a Índia, temos grandes disparidades em termos de desenvolvimento regional. A energia é a base desse desenvolvimento”, disse. 

“Acreditamos em adição energética para mitigar a demanda por fontes mais poluentes e que o petróleo e gás natural ainda continuarão sendo essenciais para o desenvolvimento global e mais ainda principalmente pelo consumo das regiões não pertencentes à OCDE, onde há grande espaço para o combate à pobreza energética”, completou.

Enquanto isso, projeto em Sergipe segue em revisão

Apesar do avanço nas relações com a Índia, o cronograma de um dos principais projetos conjuntos entre Petrobras e empresas indianas segue com cronograma incerto: o Sergipe Águas Profundas (SEAP).

Em maio, a Petrobras anunciou que o investimento está passando por simplificação de projeto, no contexto da redução de preços internacionais do petróleo este ano.

SEAP ainda depende de decisão final de investimento. O empreendimento envolve a instalação de dois FPSOs com capacidade combinada de 240 mil barris/dia e processamento de até 22 milhões de m³/dia de gás natural.

A Petrobras tem como parceiras, no projeto, as indianas: a ONGC Videsh, braço internacional da ONGC, e a IBV, joint venture formada pela BPCL e a Videocon Industries. 

Ainda não há novo cronograma definido para o início da produção na região.

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