BRASÍLIA — O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), disse a jornalistas, nesta segunda-feira (7/7), que os Estados Unidos têm “a ganhar” ao manter e ampliar a relação comercial com o Brasil.
A declaração, durante evento da Confederação Nacional do Comércio (CNC), ocorre em meio a manifestações do presidente dos EUA, Donald Trump, de aplicar uma tarifa adicional de 10% sobre importações de países ligados ao Brics.
Alckmin afirmou que há alternativas para aprofundar o comércio bilateral e listou setores com potencial de crescimento conjunto, dentre os quais a agricultura, indústria, serviços, combustíveis, energia e minerais estratégicos.
Ele também solicitou ao presidente da CNC, José Roberto Tadros, que reúna propostas, críticas e sugestões de federações e sindicatos do comércio em todo o país e entregue o material ao governo até o fim da semana.
“O que nós defendemos é avançar no diálogo, como está sendo feito, e buscar mais alternativas para fortalecer o comércio exterior recíproco. Os Estados Unidos só têm a ganhar com o Brasil. Nós somos um parceiro muito importante e os Estados Unidos são os maiores investidores no Brasil”, afirmou Alckmin.
O vice-presidente também destacou que, dos dez principais produtos exportados pelos Estados Unidos para o Brasil, oito entram com tarifa zero. Ele lembrou que os EUA mantêm superávit comercial com o Brasil, e que isso deve ser considerado nas discussões sobre possíveis barreiras comerciais.
“Ninguém tocou no assunto”, diz Lula
Em entrevista a jornalistas no encerramento da cúpula de líderes do Brics nesta segunda, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a proposta de Trump de taxação adicional não entrou em discussão durante o encontro que começou domingo (6).
“Eu só fiquei sabendo disso porque você me perguntou. Na reunião, ninguém tocou nesse assunto. Não demos importância para isso”, afirmou.
Lula também criticou a forma como o ex-presidente dos EUA ameaçou a imposição de taxa extra.
“Eu não acho responsável um presidente de um país do tamanho dos Estados Unidos ficar ameaçando o mundo através da internet. As pessoas têm que aprender que respeito é bom e é preciso que as leiam o significado da palavra soberania. Cada país é dono do seu nariz”, frisou.