diálogos da transição

RN avança com Porto-Indústria Verde

Projeto busca consolidar Rio Grande do Norte como polo de produção e exportação de energia e produtos de baixo carbono

Governadora anuncia que BNDES está prestes a lançar edital para escolha de empresa que fará projeto executivo do Porto-Indústria Verde no RN (Foto: Divulgação EVEx Brasil 2025)
Chegada da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, ao EVEx Brasil 2025 (Foto: Divulgação EVEx Brasil 2025)

NESTA EDIÇÃO. Governadora anuncia que BNDES está prestes a lançar edital para escolha de empresa que fará projeto executivo do Porto-Indústria Verde no RN.

Projeto busca consolidar estado como polo de produção e exportação de energia e produtos de baixo carbono.


EDIÇÃO APRESENTADA POR

O Rio Grande do Norte espera dar, nas próximas semanas, mais um passo em direção ao seu projeto Porto-Indústria Verde, que pretende combinar projetos eólicos offshore, produção de hidrogênio e commodities de baixo carbono.
 
Durante entrevista ao estúdio eixos, na EVEx Brasil 2025, nesta quarta (3/7), a governadora Fátima Bezerra (PT) disse que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está na fase final da elaboração do edital para seleção da empresa responsável pelo início do empreendimento.
 
“De repente, aquilo que parecia uma utopia está se tornando já realidade. Nas próximas semanas, o BNDES já estará lançando o edital que vai selecionar as empresas que vão fazer o projeto executivo do Porto Indústria Verde no Rio Grande do Norte”, anunciou. (Assista no YouTube)
 
Os estudos de impacto ambiental começaram no primeiro mandato de Bezerra para definição do local onde será instalado o empreendimento.
 
Após a escolha do município de Caiçara do Norte, o governo estadual recorreu ao BNDES para assumir a modelagem do edital de estruturação do projeto executivo do porto-indústria.
 
Uma das preocupações, segundo a governadora, é garantir a industrialização do estado e da região Nordeste.
 
A localização favorece: entre as rotas mais curtas para a Europa, o RN pode fazer parte dos corredores marítimos verdes que começam a ser desenhados para abastecimento de navios com combustíveis sustentáveis e exportação de produtos com menor pegada de carbono. 
 
“É uma localização extraordinária, somado aos recursos eólicos aqui existentes. Os estudos têm dito que aqui está a melhor qualidade em matéria de recursos eólicos do mundo”, defende Bezerra.



Na última semana, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu a primeira licença prévia para um projeto de energia eólica offshore no Brasil, para um piloto do Senai no Rio Grande do Norte.
 
O estado, que soma mais de 10 GW de capacidade eólica em terra, quer também surfar a onda da geração renovável no mar. E a indústria tem mostrado interesse: dos 104 projetos de eólicas offshore com pedidos de licenciamento junto ao Ibama, 14 estão na costa potiguar.
 
Se forem adiante, esses projetos podem abastecer eletrolisadores para produção de hidrogênio verde, que por sua vez servirá de insumo e combustível para indústrias instaladas na região, como cimento e siderurgia. É o que pretende o porto indústria.
 
Segundo Bezerra, uma das estratégias para viabilizar essa nova indústria é o marco estadual do hidrogênio verde, com incentivos para o setor.
 
Aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa, por unanimidade, o texto agora está na fase de regulamentação.
 
“Isso é fundamental para que o Rio Grande do Norte possa dar mais um passo nessa área. Além do protagonismo que já temos na energia eólica, agora damos um outro passo, que é a energia offshore combinado com a produção de hidrogênio verde e de seus derivados”, completa.


Eólica em desaceleração. A capacidade eólica onshore na América do Sul deve atingir 83 GW até 2034, com uma taxa de crescimento anual de 6,5%, segundo relatório da Wood Mackenzie. Grandes clientes comerciais e industriais estão impulsionando a demanda por meio de PPAs, mas restrições na transmissão desafiam integração das renováveis.
 
Transição no Mercosul… Promoção da transição energética, desenvolvimento tecnológico, ampliação comercial, combate ao crime organizado e enfrentamento das desigualdades sociais. Essas são as cinco prioridades para a próxima presidência do Mercosul, que será exercida pelo Brasil no segundo semestre deste ano.
 
…e no Brics. A presidente da Plataforma de Cooperação em Pesquisa Energética do Brics, Mariana Espécie, disse nesta quinta-feira (3/7) que, até a chegada do Brasil à Presidência do G20, a discussão sobre transição energética estava atrelada a processos industriais. Agora, o debate passou a olhar para a transição justa em locais em que ainda há pessoas sem acesso à energia.
 
Guerra comercial. O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que Pequim vê sua relação com a União Europeia “como uma parceria, não como uma rivalidade”, após o bloco exigir que o país acabe com “práticas distorcidas”, incluindo restrições à importação de terras raras.
 
Etanol como matéria-prima. A Petrobras anunciou uma parceria com a petroquímica Braskem para fornecer gás natural como matéria-prima para a ampliação da produção de polietileno da petroquímica no Rio de Janeiro. Em paralelo, as companhias avaliam parcerias no segmento de etanol para futuras expansões na produção da Braskem.
 
MP 1300. O custo com energia para a indústria subiu o equivalente a quatro vezes a inflação desde o ano 2000, aponta um estudo da Abrace e da consultoria Ex Ante, divulgado nesta quinta-feira (3/7). A associação teme que dispositivos da medida provisória 1300/2025 encareçam ainda mais os custos para grandes consumidores industriais.
 
Nomeações na Aneel. O MGI autorizou nesta quinta-feira (3/7) a nomeação de 142 servidores aprovados em concurso para quatro agências reguladoras, incluindo 36 especialistas para a Aneel. A liberação ocorre em um momento de contingenciamento de recursos nas autarquias.
 
Clima extremo. A cidade de São Paulo registrou nesta quarta-feira (2/7) a temperatura máxima mais baixa do ano e uma das três menores já registradas. Enquanto isso, o verão europeu continua a causar temperaturas bem acima da média.

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