Refino

Petrobras amplia em R$ 9 bi investimentos em refino no Rio; veja os projetos

Companhia vai destinar R$ 29 bilhões para os projetos na Reduc e no Complexo de Energias Boaventura

William França, diretor executivo de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, em entrevista ao estúdio eixos durante a ROG.e no Rio, em 23/9/2024 (Foto Vitor Curi/eixos)
Diretor executivo de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, em entrevista ao estúdio eixos na ROG.e 2024 | Foto Vitor Curi/eixos

RIO — A Petrobras vai ampliar para R$ 29 bilhões os investimentos em refino e petroquímica na Reduc, em Duque de Caxias, e no Complexo Boaventura (antigo Comperj), em Itaboraí. 

As unidades passarão a atuar de forma integrada, com o uso do gás natural que chega à UPGN do Complexo Boaventura por meio do gasoduto Rota 3.  

Até então, a estatal estimava destinar R$ 20 bilhões para o segmento. O aumento nos aportes está contemplado no Plano de Negócios 2025-2029. 

O anúncio vai ser formalizado na sexta-feira (04/7) em evento na Reduc com a presença do presidente Lula (PT). 

“Eu acho que nós estamos atendendo as expectativas do presidente Lula as nossas próprias expectativas e a expectativa da sociedade como um todo”, disse a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em coletiva de imprensa na quinta-feira (03/7). 

Veja a lista dos projetos em refino da Petrobras no Rio de Janeiro 

  • Aumento na produção de diesel S-10 em 76 mil barris/dia na Reduc, sendo 56 mil barris/dia provenientes da troca de qualidade e 20 mil barris/dia em capacidade adicional.
  • Aumento da capacidade de produção de querosene de aviação (QAV) na Reduc em 20 mil barris/dia e de lubrificantes em 12 mil barris/dia.
  • Produção de 10 mil barris/dia de combustível sustentável de aviação (SAF) na Reduc.
  • Produção de diesel coprocessado com 7% de conteúdo renovável (diesel R7) na Reduc. Estão previstos estudos para ampliar a parcela de renováveis na composição final do diesel para até 10%.
  • Construção de uma planta dedicada de bioQAV no Complexo Boaventura, com capacidade de produção de 19 mil barris/dia de combustíveis renováveis (incluindo SAF e óleo vegetal hidratado, o HVO). 
  • Construção de duas termelétricas de 400 megawatts (MW) cada, em ciclo aberto, no Complexo Boaventura para disputar o leilão de reserva de capacidade (LRCAP). 

Os projetos no Complexo Boaventura serão incluídos no Novo Plano de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). 

Além disso, estão previstas ainda paradas programadas para a revitalização da Reduc e a reforma da central termelétrica da refinaria, composta por duas unidades com capacidade para cerca de 50 MW cada. 

Fornecimento de gás à Braskem 

A Petrobras também anunciou uma parceria com a petroquímica com a Braskem para fornecer o gás natural processado no Complexo Boaventura como matéria-prima para a ampliação da planta de polietileno da petroquímica no Rio de Janeiro. 

O projeto prevê R$ 4,3 bilhões em investimentos para ampliar a capacidade de produção de polietileno em 230 mil toneladas por ano. O projeto ainda está em fase de aprovação na empresa e vai ser viabilizado por meio do Reiq. A Braskem é uma sociedade da Petrobras com a Novonor (antiga Odebrecht).

Rerrefino 

A ampliação da produção de lubrificantes na Reduc envolve ainda a substituição do uso do petróleo árabe leve, importado, como matéria-prima pelo petróleo do pré-sal. 

“Nós vamos poder usar o petróleo do pré-sal para produzir lubrificante de maior qualidade”, disse em coletiva de imprensa o diretor executivo de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França

A companhia tem estudos em andamento para uma unidade de de rerrefino de lubrificantes em Duque de Caxias, com capacidade para processar 6,3 mil barris/dia. 

O rerrefino é a reutilização de lubrificantes usados, uma prática de economia circular.

Segundo França, 20% do mercado de lubrificantes no país já é atendido pelo rerrefino, mas é atendido sobretudo por empresas menores. “É um mercado pronto para receber”, disse. 

França destacou que a demanda por lubrificantes hoje no Brasil chega a 1,4 milhão de toneladas por ano. Desse total, a Reduc é capaz de entregar 500 mil toneladas por ano, sendo o restante do mercado atendido pela Acelen, Lubnor e importação. 

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