Chamado de Green Economy, o novo setor da instituição será formado por especialistas em finanças sustentáveis, e fornecerá serviços bancários dedicados a empresas que produzem bens e serviços ecológicos ou que trabalham para a preservação ambiental.
“No JPMorgan Chase, vimos um número crescente de clientes e setores cujas bases são construídas sobre a redução das emissões de gases de efeito estufa. Nossa equipe bancária Green Economy não só fornecerá consultoria, soluções e serviços específicos do setor para ajudar empresas verdes a crescer, mas também usará nossa posição de liderança para promover um mundo mais sustentável”, disse Brian Lehman , Head da equipe.
Inicialmente, o grupo irá focar em quatro setores da indústria: energia renovável, tecnologia de eficiência, agricultura e tecnologia de alimentos.
No ano passado, a JPMorgan movimentou cerca de US$ 200 bilhões em operações que apoiam a transição para o mercado de baixo carbono e desenvolvimento sustentável.
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Financiamentos fósseis serão mantidos
Se por um lado, a instituição é líder na subscrição de green bonds, por outro lado a JPMorgan também é o maior financiador de empresas poluidoras, em especial, de companhias de petróleo e gás .
Segundo a Bloomberg Intelligence (BI), a JPMorgan forneceu quase US$ 250 bilhões em títulos e empréstimos para empresas de combustíveis fósseis desde a assinatura do Acordo de Paris em dezembro de 2015, cerca de 28% a mais que seu concorrente mais próximo.
Em carta aos acionistas divulgada esta semana, o CEO da JPMorgan, Jamie Dimon, afirmou que apesar da mudança climática ser um fato, a instituição continuará financiando projetos de energias fósseis.
“Os recursos de energia tradicionais desempenham um papel essencial em nossa economia global hoje. Podemos concordar com a necessidade de tornar nosso sistema de energia muito menos intensivo em carbono. Mas abandonar as empresas que produzem e consomem esses combustíveis não é uma solução. Além disso, é economicamente contraproducente. Em vez disso, devemos trabalhar com eles”, defendeu Dimon.
Segundo ele, a transição energética não é uma solução tão simples.
“Precisaremos de recursos como petróleo e gás natural até que alternativas comerciais, acessíveis e de baixo carbono possam ser desenvolvidas para atender a todas as nossas necessidades globais de energia (…) Embora as tecnologias eólica e solar tenham feito grandes avanços, elas são principalmente implantadas para geração de eletricidade. Não temos alternativas limpas para as necessidades de energia industrial e de manufatura, por exemplo. Ainda não temos soluções para o transporte pesado, como o rodoviário e viagens aéreas”, concluiu.
Apesar disso, Dimon reconhece que as empresas estão sendo pressionadas por um coro crescente de clientes, reguladores e acionistas, que pedem por ações que mitiguem os danos climáticos. E afirmou que a JPMorgan pretende alinhar seus financiamentos às metas do Acordo de Paris, de carbono zero até 2050.
“A principal métrica que planejamos usar para avaliar o desempenho climático é a intensidade do carbono. Usar a intensidade nos permitirá avaliar a eficiência relativa das empresas e fazer ajustes para fatores como o tamanho, mostrando claramente quais estão tendo o melhor (ou melhorando)”.
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