comece seu dia

Argentina tem gás para disputar mercado global de GNL, faltam US$ 10 bilhões para infraestrutura

Com potencial para produzir até 270 milhões m³/dia de gás natural, país pode ser alternativa para suprir termelétricas no Brasil

Argentina tem gás para disputar mercado global de GNL, faltam US$ 10 bilhões para infraestrutura

NESTA EDIÇÃO. Argentina pode se posicionar como supridor confiável de gás natural no mercado internacional, mas depende de investimentos em infraestrutura, diz Wood Mackenzie. 
 
Com presença de Lula, Petrobras anuncia investimentos em refino e petroquímica no Rio.
 
Tarifa de energia da Enel em São Paulo vai ter reajuste de 13,94%. 
 
Senado dos EUA aprova projeto de lei orçamentária que inclui isenções fiscais e cortes na saúde e em subsídios para energia renovável


EDIÇÃO APRESENTADA POR

A produção de gás natural na Argentina deve atingir um pico de 180 milhões de m³/dia na próxima década, quando o país vai substituir a Bolívia como o principal supridor regional, aponta um relatório elaborado pela Wood Mackenzie antecipado à agência eixos

  • Caso consiga se estabelecer como um supridor confiável de gás natural liquefeito (GNL) no mercado internacional, o país poderia elevar a extração para até 270 milhões de milhões de m³/dia, estima a consultoria.  

Com o declínio da extração boliviana, a Argentina caminha para se tornar líder regional — o que interessa sobretudo ao Brasil, que depende de importações para suprir o mercado interno, principalmente quando há o acionamento de usinas termelétricas

  • O governo brasileiro teme choques na oferta do combustível boliviano para a geração termelétrica.
  • No mês passado, a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) alertou sobre eventuais restrições no gás importado da Bolívia, cenário que deve ser cada vez mais frequente com a redução das reservas do país. 
  • O MME já começou a despachar medidas de curto prazo para reduzir a dependência do mercado externo, incluindo um plano para viabilizar a antecipação da entrada em operação da estação de compressão de Japeri, da NTS.

O Brasil começou a importar gás argentino em abril deste ano, depois que a reversão de um gasoduto no norte do país permitiu a importação por meio da infraestrutura do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol)

  • A chegada de maiores volumes, no entanto, ainda depende de melhorias na infraestrutura e no preço da molécula
  • Além da infraestrutura na Bolívia, o GNL também é uma alternativa para a chegada do gás argentino ao Brasil. 
  • Hoje, as importações brasileiras de GNL vêm principalmente dos EUA. Ter um parceiro regional pode ajudar a evitar problemas em momentos de restrições no mercado internacional. 

O cenário, no entanto, vai demandar vultosos investimentos: a Argentina precisa de pelo menos US$ 5 bilhões para financiar a expansão da infraestrutura de gás, estima a Wood Mackenzie. 

Para desenvolver os projetos de exportação de GNL, serão necessários outros US$ 5 bilhões, sobretudo para a expansão de capacidade de gasodutos dedicados à infraestrutura de liquefação. 

  • Preços competitivos, além de estabilidade e previsibilidade regulatória serão cruciais para atrair esses investimentos, ressalta a Wood Mackenzie. 
  • “A Argentina também vai precisar competir com fornecedores globais de GNL de menor custo, o que exige uma estratégia comercial consistente”, diz o gerente sênior de pesquisa da consultoria, Javier Toro. 

Leia também: Argentina acena com redução no preço de exportação de gás natural ao Brasil



R$ 33 bilhões em refino. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai ao Rio de Janeiro na quinta (4/7), participar de uma mais uma cerimônia de anúncio de investimentos da Petrobras na Região Metropolitana da capital.

  • Serão R$ 33 bilhões para obras em refinarias, investimento da estatal que inclui a Braskem, sociedade com a Novonor (antiga Odebrecht). A cerimônia com o presidente será na Reduc, em Duque de Caxias, mas os projetos envolvem obras no Complexo Boaventura (antigo Comperj), em Itaboraí. 

Alta no QAV. A Petrobras aumentou o preço do querosene de aviação nas refinarias em 2,8%, em média, após ter reduzido o combustível em 7,9% no mês passado.

  • O aumento reflete a volatilidade do preço do petróleo no mercado internacional. 

Cotação do barril. Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta na terça-feira (01/7), impulsionados pela fraqueza do dólar e por expectativas com um possível aumento na demanda da China, maior importadora de petróleo do mundo, após dados econômicos positivos no país asiático.

  • O Brent para setembro avançou 0,55% (US$ 0,37), a US$ 67,11 o barril

Veja também: As dez plataformas de petróleo que lideraram a produção brasileira em maio de 2025.

Dilema no onshore. A ANP encerrou na segunda (30/6) o prazo dado aos operadores de campo de óleo e gás natural para apresentação de garantias de abandono futuro de poços. Isso sem reverter uma decisão que, segundo agentes, eleva os custos para produtores de menor porte.

  • A agência decidiu este ano exigir garantias no valor médio das estimativas de abandono por bacia, o que encarece projetos de menor porte. 

Preços mais caros também para a energia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um aumento de 13,94% na tarifa dos clientes da Enel São Paulo. Aumento de encargos e compensações pelo crescimento da micro e minigeração distribuída puxaram o reajuste para cima.

Para suavizar reajustes futuros. A Aneel também aprovou uma norma que busca dar maior previsibilidade aos reajustes de tarifas de distribuidoras de energia. Os novos parâmetros devem suavizar os aumentos ou quedas de preços anuais.

Ainda sobre impactos na conta de luz. O deputado federal Thiago Flores (Republicanos/RO) solicitou a palavra durante a reunião de diretoria da Aneel para pedir um posicionamento sobre a derrubada dos vetos do projeto de lei das eólicas offshore. Flores disse que antes da votação o governo não havia se posicionado alertando em relação ao possível aumento na conta de luz.

  • O diretor-geral Sandoval Feitosa disse que a agência não foi procurada para esclarecer os impactos dos dispositivos incluídos na lei.  

Enquanto isso, eólica offshore emperrada. Para o cônsul-geral britânico no Rio de Janeiro, Anjoum Noorani, a demora na regulamentação da lei das eólicas offshore pode afastar o interesse de empresas do Reino Unido no Brasil. 

  • Em entrevista à agência eixos, Noorani defende ainda a definição de regras claras para a realização dos leilões de áreas e agilidade nas próximas etapas da regulamentação. 

Cadeiras vazias na Aneel. A agência deve ter, a partir do dia 14 de julho, o terceiro interino na diretoria colegiada, com a conclusão dos mandatos de titulares. O governo federal ainda não definiu os próximos indicados para as duas cadeiras livres na diretoria da autarquia. 

Barral fora do MME.  O Ministério de Minas e Energia exonerou Thiago Barral do cargo de assessor especial do gabinete de Alexandre Silveira (PSD). A exoneração ocorreu a pedido e marca a segunda mudança de Barral na pasta em menos de um mês.

Cortes orçamentários nos EUA. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, obteve uma vitória importante na terça-feira (01/7), com a aprovação apertada no Senado de seu colossal projeto de lei orçamentária, que inclui isenções fiscais, cortes na saúde e financiamento para sua política anti-imigração. A lei também prevê a redução de subsídios para energia renovável

  • A lei “grande e bela”, como Trump a apelidou, retornará agora à Câmara, onde enfrenta resistência de democratas e de muitos republicanos.

Newsletter comece seu dia

Inscreva-se e comece seu dia bem informado sobre tudo que envolve energia