Data centers

Brasil registra 52 pedidos de conexão de data centers à rede elétrica até junho

Estimativa do MME aponta demanda potencial de até 13,2 GW até 2035

Linhas de transmissão escoam energia produzida por turbinas eólicas (Foto Divulgação Enel)
Linhas de transmissão escoam energia produzida por turbinas eólicas (Foto Divulgação Enel)

O número de pedidos para conexão de data centers à rede básica do Sistema Interligado Nacional (SIN) aumentou significativamente no Brasil, com 52 solicitações registradas pelo Ministério de Minas e Energia (MME) até junho deste ano.

Os pedidos estão concentrados nos estados do Ceará, Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. De acordo com a pasta, do total, 18 já tiveram alternativas técnicas para conexão aprovadas por portarias do MME, enquanto 34 ainda estão em avaliação.

Somente em 2024, o governo federal reconheceu seis novos pontos de conexão por meio de portarias, sendo quatro em São Paulo, um na Bahia e outro no Rio Grande do Sul. Os primeiros requerimentos começaram a ser apresentados em 2020.

Em maio de 2023, o MME contabilizava 12 projetos. Desde então, o volume saltou mais de 300%, indicando uma aceleração na demanda do setor.

Segundo o ministério, os dados informados pelos solicitantes apontam para uma demanda potencial de até 13,2 gigawatts (GW) até 2035, caso todos os projetos obtenham pareceres favoráveis do Operador Nacional do Sistema (ONS).

“Nosso país tem um papel muito importante diante da expansão de serviços de inteligência artificial e armazenamento de dados, pois temos recursos energéticos e uma matriz energética renovável. Estamos avançando para tornar o ambiente regulatório ainda mais atrativo e para fortalecer a infraestrutura energética e tecnológica em todas as regiões”, afirmou em nota o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD).

O governo trabalha em uma medida provisória com políticas para a atração de data centers, como a isenção de impostos federais para essa cadeia.

Os data centers devem ser abastecidos majoritariamente por fontes renováveis, segundo as projeções do governo, o que poderá contribuir para a diversificação e descarbonização do sistema elétrico. O avanço desses projetos também tende a impulsionar economias locais, com impacto em renda, emprego e infraestrutura, diz o MME.

A liberação do ponto de conexão à rede básica é regulamentada pela pasta de Minas e Energia e depende da análise de um Estudo de Mínimo Custo Global, que considera os custos de investimento e as perdas no sistema para diferentes alternativas de conexão. A opção de menor custo é então reconhecida por portaria, conforme previsto no Decreto nº 5.597/2005.

Após a publicação da portaria, o consumidor pode solicitar parecer de acesso ao ONS, responsável por verificar a viabilidade técnica da conexão. Caso aprovado, o processo avança para a contratação do uso da rede de transmissão.

Confira o Painel de Processos de Acesso à Rede Básica no site do MME.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias