Impedida de contratar por um ano com a Petrobras, a MODEC tem a maior carteira de construção de plataformas de petróleo para o Brasil e foi a líder isolada no mercado por quase três anos, até o fim de 2019, quando a SBM voltou ao mercado.
Dos nove novos FPSOs — sigla em inglês para plataformas flutuantes de produção, armazenamento e transferência — encomendados para águas brasileiras, cinco são de propriedade ou serão fornecidos por consórcios liderados pela MODEC: Mero 1, Sépia, Búzios 5, Marlim 1 para a Petrobras; e Bacalhau 1, para Equinor.
No caso do campo de Bacalhau, o projeto está em fase de engenharia (FEED), com previsão de entrega do FPSO entre 2023 e 2024. No acordo com a operadora do campo no pré-sal de Santos, há condições preestabelecidas para replicar a contratação para Bacalhau 2.
Nos contratos com a Petrobras, a MODEC é responsável pela engenharia, construção, instalação e posterior operação dos FPSOs em contratos de afretamento de longo prazo (cerca de 30 anos).
Esse foi o modelo de contratação de plataformas da Petrobras entre 2017 e 2020, quando a companhia voltou ao mercado com projetos próprios – as plataformas P-78 e P-79, que serão instaladas no campo de Búzios.
Neste período, as empresas SBM, Yinson e Misc Berhard fecharam contratos de FPSO para o Brasil.
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SBM x MODEC
A SBM ficou afastada das licitações em decorrência dos trâmites de um acordo de leniência, fechado em 2018. Isso permitiu a volta na disputa pelo 2º FPSO para Mero, assinado em dezembro de 2019; e posteriormente a vitória na concorrência para Búzios 6.
Neste mesmo período, a única disputa no Brasil sem relação com a Petrobras foi justamente a concorrência por Bacalhau, em que a MODEC saiu vitoriosa em uma disputa direta com a SBM.
A Yinson, com uma unidade para o campo de Marlim, e a Misc Berhard, com o FPSO Mero 3, ambos projetos da Petrobras, vão estrear no mercado de construção e operação de plataformas para o Brasil com essas unidades programadas para 2023 e 2024.
Dos 18 FPSOs em operação da MODEC, metade está no Brasil. São quase todos para campos da Petrobras, com exceção da FPSO Fluminense, em operação para a Shell; e o Cidade de Caraguatatuba no campo de Lapa, vendido pela Petrobras para a Total.
Além das quatro FPSOs em construção para a Petrobras e o FEED de Bacalhau, há apenas duas unidades na carteira da MODEC: Sangomar (Woodside) e o Miamte (Eni).
Brasil é também o principal mercado da SBM, que pré-2017, construiu, instalou ou operou sete unidades para o país, quatro delas no pré-sal: Cidade de Paraty; Cidade de Ilhabela; Cidade de Maricá e Cidade Saquarema.
Contratações em série
Carteira de novos projetos para campos offshore no Brasil
Sem impactos nas finanças da MODEC Brasil
A MODEC está impedida de contratar com a Petrobras por 13 meses, até 30 de abril de 2022. O motivo é a operação de FPSOs antigos. Os contratos das plataformas em construção estão preservados.
“De acordo com a notificação [da Petrobras], a principal base para esta sanção administrativa são perdas para a Petrobras presumivelmente causadas pelo desempenho de três navios FPSO sob contratos de afretamento”, disse a MODEC, em nota.
São os FPSOs Cidade do Rio de Janeiro, cujo contrato de afretamento expirou em 2019, e as FPSOs em operação Cidade de Niterói e Cidade de Santos.
“Não há expectativa de novos desenvolvimentos ou implicações, inclusive nas finanças do MODEC, pois esta sanção administrativa não afeta a execução dos atuais contratos em vigor entre o MODEC e a Petrobras”, conclui a empresa.
A companhia disse também que continua vendo o Brasil como o mercado de maior potencial para FPSOs.
De acordo com informações públicas da Petrobras, a suspensão afeta quatro subsidiárias – Espadarte MV14 B.V. (Cidade do Rio de Janeiro); Opportunity MV18 B.V. (Cidade de Niterói); Gas Opportunity MV20 B.V. (Cidade de Santos); e a MODEC Serviços de Petróleo do Brasil Ltda –, além da própria MODEC INC.
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