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Petrobras vai retomar operação das fábricas de fertilizantes da Bahia e Sergipe em novembro

Companhia estima que vai conseguir suprir metade da ureia consumida no mercado nacional

Presidente da Petrobras, Magda Chambriard, durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro sobre os resultados financeiros da companhia em 2024 (Foto Rafa Pereira/Petrobras)
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, fala durante coletiva sobre os resultados financeiros da companhia em 2024 (Foto Rafa Pereira/Petrobras)

RIO — A Petrobras prevê retomar as operações das fábricas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe em novembro, após a contratação dos equipamentos e serviços, segundo a presidente da companhia, Magda Chambriard. 

Juntas, as unidades produzem 1,6 milhões de toneladas de ureia por ano, volume que vai contribuir para que a Petrobras consiga suprir até 9% do consumo nacional total de fertilizantes, de acordo com a CEO. 

A expectativa é fornecer metade da demanda brasileira de ureia. Hoje, o Brasil importa cerca de 90% dos fertilizantes nitrogenados que consome, uma vulnerabilidade num contexto de conflitos internacionais. 

“Nós vamos entregar fertilizantes e substituir importação com lucro. A gente sempre ouvia dizer que fertilizantes só dão prejuízo, mas os nossos dão lucro”, disse a executiva em entrevista coletiva sobre o balanço de um ano de sua gestão à frente da empresa, nesta quarta-feira (18/6).

A estatal assinou em maio um acordo com a Proquigel, subsidiária da Unigel, para encerrar litígios relacionados ao arrendamento das plantas. 

As licitações dos serviços para o começo da produção serão lançadas até o final deste mês.

O contrato de arrendamento com a Unigel havia sido firmado em 2019, com duração de dez anos, quando a Petrobras havia decidido deixar o segmento de fertilizantes. A operação foi interrompida pela Unigel, que teve a recuperação extrajudicial homologada este ano. 

Em 2024, as empresas chegaram a fechar um contrato de industrialização por encomenda (tollling), no qual a Petrobras forneceria gás natural à Unigel, responsável pela operação das plantas, e, em troca, receberia os fertilizantes produzidos para posterior comercialização. 

Entretanto, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou falhas de governança e inconsistências nos cálculos do contrato, o que levou ao encerramento do acordo antes mesmo do início das operações. 

Licitação para UFN3 em curso 

Em paralelo, a Petrobras também está conduzindo as licitações para a retomada das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), no Mato Grosso do Sul. A expectativa é de início das operações em 2026. 

As propostas para as contratações serão entregues em três etapas, entre julho e agosto. 

“A gente teve que dividir as obras em vários pacotes menores para possibilitar que mais empresas entrassem nesse mercado”, disse a diretora executiva de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Renata Baruzzi.

Este mês, a companhia também  voltou a operar parcialmente a fábrica de fertilizantes da Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná, e concluiu  os primeiros testes de produção de Arla 32.

De acordo com o diretor executivo de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, em até duas semanas a empresa espera atingir a operação normal da Ansa, cuja capacidade de produção é de 800 mil toneladas de ureia por ano. 

Com essas quatro unidades, a companhia acredita que vai conseguir suprir metade da demanda nacional por ureia, que hoje é praticamente toda importada. 

“Dos 8 milhões de toneladas de ureia que hoje o Brasil importa, a gente vai produzir entre 3,5 e 4 milhões [ao ano]”, disse França. 

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