Mercado de petróleo em alerta

Petróleo sobe mais de 4%, com escalada de tensão e possíveis ações dos EUA no Oriente Médio

Brent dispara a US$ 76,45 o barril, impulsionado por conflito entre Irã e Israel e declarações inflamadas de Trump

Donald Trump presta continência durante desfile em Washington para celebrar os 250 anos do Exército dos EUA, em 14 de junho de 2025 (Foto Daniel Torok/Casa Branca)
Donald Trump presta continência durante desfile em Washington para celebrar os 250 anos do Exército dos EUA, em 14 de junho de 2025 (Foto Daniel Torok/Casa Branca)

Os contratos futuros de petróleo fecharam com altas acima de 4% nesta terça-feira (17/6), seguindo as sinalizações de intensificação no conflito entre Irã e Israel. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma série de restrições para que o país pudesse se envolver na guerra, enquanto ataques de ambos os lados seguiam.

Além disso, as autoridades israelenses deram novas declarações sobre uma queda no regime iraniano, que garantiram que estão se defendendo de agressões em uma disputa “não provocada”.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para agosto fechou em alta de 4,4% (US$ 3,22), a US$ 76,45 o barril, enquanto o petróleo WTI para julho, negociado na Nymex, fechou em alta de 4,28% (US$ 3,07), a US$ 74,84 o barril. 

Para Ipek Ozkardeskaya, analista sênior do Swissquote Bank, esta não é uma história clássica desescalada.

“Embora o Irã pareça estar sinalizando moderação, Trump insistiu na evacuação de Teerã, e Israel prometeu continuar seus ataques. Isso torna a desescalada unilateral, na melhor das hipóteses, e mantém os riscos nos mercados de energia e ativos de refúgio inclinados para cima. Se o Irã não encontrar espaço para manobrar diplomaticamente, poderá facilmente dar meia-volta“, avalia.

A TD Securities aponta que o foco do mercado permanece na ilha de Kharg — com 96% das exportações de petróleo bruto iraniano — e no Estreito de Ormuz no cenário mais catastrófico, que conta com 34% dos fluxos globais de petróleo transoceânico, e poderia ser fechado por Teerã.

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) cortou suas projeções para o avanço da demanda global por petróleo tanto neste ano quanto no próximo.

No relatório, a IEA reduziu sua previsão para o aumento da demanda global em 2025 para 724 mil barris por dia, devido aos resultados fracos dos EUA e da China, com expectativa de que o consumo médio atinja 103,8 milhões de bpd.

No documento anterior, a projeção era de alta de 741 mil bpd. Para 2026, a IEA agora prevê que a demanda crescerá 739 mil bpd, para um total de 104,5 milhões de bpd. Antes, a estimativa era de acréscimos de 760 mil bpd.

Enquanto isso, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, discutirá as perspectivas para o mercado global de petróleo com o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Haitham Al-Gais, no dia 20 de junho, em meio ao agravamento da situação no Oriente Médio, disse o assessor presidencial russo, Yuri Ushakov.

Por Matheus Andrade

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