CCS na Malásia

Petronas lança joint venture para navios de transporte de carbono liquefeito

Companhia estuda hubs na Malásia para armazernar CO2 de países da Ásia-Pacífico em poços depletados de óleo e gás

Representantes da Petronas, MOL e MISC formam coletivamente o Conselho de Administração da Jules Nautica (Foto: Divulgação)
Representantes da Petronas, MOL e MISC formam coletivamente o Conselho de Administração da Jules Nautica (Foto: Divulgação)

SÃO PAULO — A Petronas, estatal de óleo e gás da Malásia, —  por meio da subsidiária Petronas CCS Ventures (PCCSV) — , anunciou nesta terça (17/6) a criação da Jules Nautica, uma nova joint venture dedicada ao desenvolvimento e operação de navios transportadores de dióxido de carbono liquefeito (LCO2). 

A iniciativa em parceria com a transportadora marítima MISC e a japonesa Mitsui O.S.K. Lines (MOL) é mais um passo da companhia na estratégia de ampliar soluções para captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês) por meio da PCCSV.

Além de fornecer soluções logísticas, a nova JV deve apoiar a criação de hubs de CCS que estão sendo planejados pela Petronas na Malásia. 

Os navios, considerados peças-chave da cadeia de valor da atividade, serão utilizados para transportar o CO2 capturado de fontes industriais até locais de armazenamento geológico definitivo.

A empresa avalia o uso de reservatórios depletados de óleo e gás — que somam 13,3 gigatoneladas de capacidade de armazenamento — para receber o carbono capturado em instalações industriais de difícil abatimento de emissões no país e, agora, também de países vizinhos na região da Ásia-Pacífico.

“Estamos impulsionando o desenvolvimento de navios transportadores de LCO2 e trabalhando em soluções de transporte mais eficientes”, disse Emry Hisham Yusoff, CEO da Petronas CCS Ventures. 

No Brasil, a Petronas também estuda a viabilidade econômica de projetos de CCS. Por aqui, a companhia, por meio de sua subsidiária Petronas Petróleo Brasil, tem participações em campos do pré-sal nas bacias de Santos e de Campos.

No campo de Sépia, na Bacia de Santos, a Petronas detém 21% de participação, em consórcio com a Petrobras,TotalEnergies, e QatarEnergy. No bloco exploratório Água Marinha, na Bacia de Campos, a empresa possui 20%, ao lado das mesmas parceiras.

Já nos campos de Tartaruga Verde e no Módulo III de Espadarte, também na Bacia de Campos, a Petronas é sócia da Petrobras, com quem divide a titularidade de operação (50/50). A empresa também possui participações em três blocos exploratórios na mesma bacia — C-M-541, C-M-661 e C-M-715.

Projeto do navio já está concluído

Segundo a companhia, o projeto de engenharia para o primeiro navio da JV, com capacidade de 62 mil metros cúbicos, já foi concluído e ficou a cargo do Shanghai Merchant Ship Design and Research Institute (SDARI). 

A embarcação recebeu em dezembro de 2024 a certificação GASA (General Approval for Ship Application) da sociedade classificadora norueguesa DNV — um reconhecimento de que se trata de um dos designs mais avançados para navios de LCO2 operando em baixa pressão e baixa temperatura.

O CEO da MOL, Takeshi Hashimoto, destacou o papel da nova empresa para viabilizar projetos de CCS transfronteiriços. 

“A união dessas três empresas reforça a necessidade de colaboração dentro da indústria para viabilizar a CCS. Além disso, essa colaboração impulsionará os esforços de descarbonização em toda a região Ásia-Pacífico, além da Malásia e do Japão”.  

Já Zahid Osman, presidente e CEO da MISC, ressaltou que a parceria no transporte de LCO2 está alinhada com o foco estratégico em soluções de baixo carbono, “para acelerar a maturação das tecnologias ao longo da cadeia de valor da CCS”.

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