O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve reforçar a preocupação com a escalada de conflitos no Oriente Médio, que têm pressões sobre os preços do petróleo no mercado internacional, e alertar sobre a urgência da agenda energética de transição, uma pauta importante para o Brasil e tema central da Cúpula do G7, que chega ao seu último dia no Canadá.
Ele deve reafirmar suas convicções globais, sem dar nomes, em falas curtas, mas em um palanque esvaziado, após a saída antecipada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, das montanhas canadenses em meio aos ataques entre Israel e o Irã.
“Qualquer conflito que me preocupa. Eu sou um homem que nasce para a paz. Em um momento em que o mundo está precisando de recursos para a transição energética, para combater a miséria no mundo, obviamente que o conflito me incomoda profundamente, e é isso que eu quero falar um pouco amanhã”, disse Lula, ao chegar no hotel em que ficarão hospedados no Canadá, na noite de segunda-feira (16/6).
O presidente brasileiro deve discursar entre 15h e 17h (de Brasília) desta terça-feira (17). Lula deve fazer ao menos duas interações rápidas, de acordo com assessores. Seu discurso foi finalizado na noite desta segunda-feira, no hotel em que Lula está hospedado no Canadá, diz um deles.
O petista deve aproveitar o palanque internacional para “dar os seus recados”, com uma “postura linear”, mas “sem nomear ninguém, sem tom elevado, sem escalar”, diz uma fonte, na condição de anonimato.
Além disso, deve aproveitar o momento sobre segurança energética para convidar os líderes do G7 e convidados para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém, no Pará, em novembro.
Lula e os presidentes de outras nações convidados serão recebidos nesta terça na Cerimônia de boas-vindas aos Chefes de Estado e de Governo dos países do segmento de engajamento externo e dirigentes de organizações internacionais convidadas na Cúpula do G7, a partir das 14h no Brasil, três horas na frente do horário local.
O petista participa do almoço de trabalho entre os Chefes de Estado e de Governo dos países do G7, países dos segmentos de engajamento externo e dirigentes de organizações, cujo tema central é segurança energética, onde será discursado.
O presidente brasileiro deve ter ainda reuniões bilaterais com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, que busca apoio para a guerra contra a Rússia, nas margens do G7. Veja também com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, e com o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz.
A equipe que assessora Lula ainda conversava com a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o novo líder da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, na noite desta segunda-feira. Lula deve retornar a Brasília hoje, às 21h30 de Brasília, em uma passagem rápida pelas montanhas canadenses, diante das pressões da agenda doméstica.
IOF
Na segunda, Lula não comentou a derrota do governo em relação ao novo decreto relativo ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Por 346 votos a 97, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência do projeto de decreto legislativo que susta os efeitos do novo decreto do IOF.
Por Aline Bronzati