Crise no Oriente Médio

Petróleo fecha em baixa, com sinalizações de que o Irã não busca intensificar conflito com Israel

Brent cai 1,35%, a US$ 73,23 o barril, pressionado por declarações do Irã sobre não ampliar conflito, enquanto Israel mantém postura belicista

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, participa de encontro com a comunidade judaica do Rio e amigos cristãos de Israel, no Hotel Hilton no Rio, em 30 de dezembro de 2018 (Foto Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, participa de encontro com a comunidade judaica no Rio de Janeiro (Foto Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta segunda-feira (16/6), observando as perspectivas para os próximos passos no conflito entre Israel e Irã. A escalada nas últimas dias houve dado impulso às cotações do barril, com analistas acreditando que a marca dos US$ 100 poderia ser ultrapassada, e, em alguns casos, ir além.

Por sua vez, com sinalizações de que Teerã não tem a intenção de ampliar os ataques, parte dos prêmios de risco foi devolvida hoje.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para agosto recuou 1,35% (US$ 1), a US$ 73,23 barril, enquanto o petróleo WTI para julho, negociado na Nymex, fechou em baixa de 1,67% (US$ 1,22), a US$ 71,77 o barril. 

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou nesta segunda (16) que o país não busca intensificar o conflito em andamento com Israel, mas prometeu responder a qualquer “agressão” dos israelenses. Pezeshkian repetiu que os iranianos não foram responsáveis ​​pelo início das hostilidades.

“Mas responderemos aos crimes sionistas com autoridade e, em qualquer nível que atacarem, autorizamos uma resposta do mesmo nível”, escreveu.

Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou também nesta segunda que o Irã “não quer sentar à mesa de negociações. Eles querem destruir a mesa”, ao rejeitar a possibilidade de diálogo com Teerã, em entrevista à ABC News .

“Eles querem continuar com essas conversas falsas, nas quais mentem, trapaceiam e enganam os EUA. Temos informações muito sólidas sobre isso”, declarou.

A ausência de volatilidade adicional em decorrência do conflito parece refletir a visão de que, como demonstrado em outras escaladas na região nos últimos anos, isso não resultará em danos à produção de energia ou à infraestrutura de transporte, disponível a Capital Economics.

“Na última análise, esse é o principal canal pelo qual o conflito pode ter um impacto significativo na economia global”, afirma a consultoria.

“Indiscutivelmente, a escalada da campanha de Israel e a retórica em torno dela sugerem que a situação atual é mais grave do que os episódios anteriores. E embora o impacto sobre os principais índices de ações, rendimentos de títulos e taxas de câmbio tenha sido limitado, a medida da CBOE de volatilidade implícita em opções de petróleo atingiu seu nível mais alto desde 2022”, destaca.

Por Matheus Andrade

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