O Instituto Escolhas apresenta nesta quarta (24/3) uma matriz de riscos socioambientais para o setor elétrico que pode servir de base para instituições financeiras modelarem seus financiamentos cada vez mais alinhados com economia de baixo carbono. A matriz vai trazer uma lista de parâmetros de análises que precisam ser consideradas no momento do financiamento dos projetos.
Faz parte da proposta de regulamentação elaborada pelo instituto para obrigar bancos e instituições financeiras a avaliar os riscos ambientais nos financiamentos para projetos de infraestrutura. A proposta passou por consulta pública e seu texto final, que deve ser publicado até amanhã, será levado ao Banco Central (Bacen) para tentar dar uniformidade aos parâmetros socioambientais utilizados para financiar projetos. A meta é influenciar em uma regulamentação que sirva para todo mercado financeiro.
A percepção é que, no Brasil, o Banco Central ainda não foi capaz de criar regras obrigatórias para que os bancos adotem critérios e métricas ambientais na avaliação dos seus financiamentos. É preciso, na visão do instituto, requisitos mínimos para evitar que projetos que tenham grandes impactos ambientais e sociais possa ter financiamentos aprovados.
O Escolhas também pretende fazer com que as instituições financeiras tenham um papel ainda mais ativo no combate às mudanças climáticas e na proteção ao meio ambiente. E que os critérios de ESG (Meio Ambiente, Segurança e Governança, sigla em inglês) para esses financiamentos sejam claros e uniformes.
“A gente tem defendido que o Brasil adote critérios ambientais rígidos para avaliar financiamentos e que isso reflita o compromisso que as instituições têm com o meio ambiente e com o clima”, diz Larissa Rodrigues, gerente de Projetos do Instituto Escolhas.
O Brasil tem histórico de projetos que são emblemáticos com desastres ambientais, como o caso da Vale em Mariana e Brumadinho. Ou a hidrelétrica de Balbina, construída em Presidente Figueiredo, 107 km da cidade de Manaus.
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