Combustíveis pressionam inflação

O que as distribuidoras querem mudar no RenovaBio. Na imagem: Mão de frentista branco segura bomba na cor vermelha durante abastecimento de carro flex, gasolina ou álcool (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)
Abastecimento de carro flex, gasolina ou álcool (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

Essa newsletter é enviada primeiro
aos assinantes, por e-mail.

COMECE SEU DIA

APRESENTADA POR 

Quem faz
Editada por Gustavo Gaudarde
[email protected]

em jogo

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) surpreendeu e acelerou para 0,86% em fevereiro, o maior percentual para o mês em cinco anos, ante 0,25% em janeiro, divulgou o IBGE nessa quinta (11/3).

— Segundo economistas, dois fatores explicam boa parte da surpresa altista de fevereiro: a desaceleração menor do que a esperada em alimentos (de 1,02% em janeiro para 0,27% em fevereiro) e o avanço mais forte em transportes (de 0,41% para 2,28%), puxado pelos combustíveis. A alta em educação (de 0,13% para 2,48%) já era prevista.

— A gasolina exerceu a maior contribuição individual positiva para o IPCA do mês passado, de 0,36 ponto percentual, ao acelerar de 2,17% para 7,11%. Já a alta no etanol passou de 1,73% para 8,06%. Com isso, os preços dos combustíveis de veículos avançaram de 2,13% para 7,09%, e o grupo de administrados, do qual eles fazem parte, passou de 1,81% para 3,81%.

— Em 12 meses, o IPCA sobe 5,2%, virtualmente batendo no teto da banda de tolerância, de 5,25%, o resultado mais elevado desde janeiro de 2017 (5,35%), aponta Pedro Kislanov, gerente do Índice de Preços ao Consumidor do IBGE.

— Sem perspectiva de grande alívio também para os próximos meses em itens que têm influenciado as altas recentes, como combustíveis e bens industriais, diversas casas revisaram projeções para 2021, de modo que uma inflação de 4% no fim do ano parece, agora, o piso, e algumas estimativas rondam os 5%. A meta é de 3,75%, com 1,5 ponto percentual de tolerância, para mais ou para menos. Valor

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nessa quinta (11/3), impulsionado pelo otimismo em torno da recuperação econômica dos EUA, depois que o pacote de estímulos fiscais de US$ 1,9 trilhão foi sancionado pelo presidente Joe Biden, e do aumento da demanda projetado pela OPEP.

— O Brent para maio fechou em alta de 2,54%, a US$ 69,63 o barril, enquanto o WTI para abril avançou 2,45%, a US$ 66,02 o barril

— A OPEP revisou para cima a sua projeção de crescimento da demanda por petróleo para 2021. De acordo com o grupo, a demanda deve crescer em 5,89 milhões de barris diários neste ano, de 5,79 milhões na projeção anterior. Valor

PUBLICIDADE

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, garantiu pessoalmente a parlamentares a manutenção da mistura obrigatória de 13% de biodiesel (B13) no diesel fóssil. “Não vamos cometer nenhum equívoco nesse momento de retomada econômica”, afirmou.

— Albuquerque recebeu representantes do mercado na quarta (10/3) para selar o compromisso. Também participaram da reunião parlamentares da Frente Mista do Biodiesel.

— O governo federal cogitou reduzir a mistura para 8% (B8). A Confederação Nacional do Transporte (CNT) defendeu a possibilidade de zerar a mistura de biodiesel, com o intuito de baixar o preço do diesel diante das sucessivas altas do combustível nas bombas.

— A ideia chegou a encontrar apoio entre a equipe econômica, mas produtores de biodiesel e o setor de proteína animal agiram para reforçar ao Ministério da Economia que a suspensão da política para o biocombustível causa mais dano do que benefícios.

— Além do MME, a proposta de redução da mistura de biodiesel encontrou resistência na Agricultura, comandada pela ministra Tereza Cristina. epbr

Lei do Gás. A agenda da Câmara, como vinha indicando a disputa em torno da PEC Emergencial, impediu a votação esta semana, mas o novo marco legal do mercado de gás natural vem sendo tratado como prioridade para sessão da próxima quinta, 18 de março.

Geração distribuída. Parlamentares menos entusiasmados com a aprovação da Lei do Gás original da Câmara – sem as emendas do Senado – apostam que votação pode ser estender por mais de uma sessão. Pode atrapalhar o plano para votação do novo marco da geração distribuída.

— O deputado Lafayette de Andrada (Republicanos/MG) apresentou seu parecer preliminar nesta semana. A tentativa de buscar um equilíbrio entre o interesse de consumidores, distribuidoras de energia e o setor de geração distribuída e solar não impede que todas as partes envolvidas tentem modificar o projeto final.

— As áreas técnicas do governo e da Aneel defendem uma retirada mais contundente de benefícios para os consumidores-produtores de energia com sistema de geração distribuída.

— O setor solar e de GD tem sido enfático que é preciso considerar todos os benefícios da solução e da fonte fotovoltaica e que o saldo dos estímulos é positivo. Têm conseguido o apoio de Bolsonaro. Mais em Indústria, consumidores e distribuidores divergem sobre projeto para geração distribuída.

Mais Câmara. O mercado de gás natural e o novo marco regulatório para o setor elétrico estão nas prioridades para a Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara dos Deputados em 2021, segundo o novo presidente do colegiado deputado Édio Lopes (PL/RR), eleito nesta quinta (11).

“Nós temos tanta matéria que é prioritária, que seria para ontem, como a questão do gás, que estamos no finalmente, o novo marco regulatório da energia elétrica, e a questão mineração do Brasil”, comentou Lopes. epbr

BR do Mar. Projeto do Ministério da Infraestrutura para estimular a navegação de cabotagem pode ser votado em 23 de março. Data foi definida ontem em reunião de líderes no Senado Federal.

— O relator Nelsinho Trad (PSD/MS) trabalha em uma proposta de consenso entre o que foi aprovado na Câmara dos Deputados, com apoio do governo, e sugestões defendidas no Senado Federal.

— A senadora Kátia Abreu (PP/TO) tem participado intensamente da articulação: ela defende maior abertura para contratação de fretes na cabotagem e redução de custos com o pagamento do adicional para o Fundo de Marinha Mercante. Medidas que visam à beneficiar o agronegócio, com redução de custos logísticos.

Castello Branco na Vale De saída da Petrobras, após decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de substituí-lo pelo general Joaquim Luna e Silva, Roberto Castello Branco deve concorrer a uma vaga no conselho da Vale, e poderá até disputar a presidência do colegiado.

— A candidatura foi confirmada ao Valor por um grupo de investidores que decidiu lançar nomes alternativos à lista apresentada pela companhia.

— A Assembleia Geral Ordinária (AGO) que vai eleger os conselheiros está marcada para 30 de abril.

— Em 1999, Castello Branco se tornou economista-chefe da então Companhia Vale do Rio Doce, que depois de privatizada se tornou a atual Vale. Ele ficou na empresa por 15 anos.

Dados gratuitos. Diretoria da ANP aprovou  a disponibilização, de forma gratuita, de dados técnicos públicos das bacias sedimentares terrestres brasileiras, que, até então, eram pagos.

— “O objetivo é promover a ampliação do conhecimento geológico sobre as bacias terrestres e fomentar os investimentos em exploração e produção de petróleo e gás natural nas áreas já sob concessão e a serem oferecidas em futuras rodadas de licitações”, diz a agência.

— As informações que serão disponibilizadas se referem a 23 bacias sedimentares terrestres e equivalem a um volume estimado de aproximadamente dois terabytes (2 TB). Trata-se de dados digitais de poços, de sísmica pos-stack 2D, sísmica pos-stack 3D e dados de métodos não sísmicos. Os dados sísmicos pre-stack não serão contemplados nessa disponibilização gratuita.

Shell afreta petroleiros a GNL. A Shell afretará dez novos Very Large Crude Carriers (VLCC) movidos a gás natural liquefeito (GNL), na busca pela redução das emissões de carbono de sua frota de petroleiros.

— Os dez navios serão construídos pela DSME na Coreia do Sul, com entregas a partir de 2022. Os afretamentos cobrirão sete anos.

— A Shell disse que os afretamentos atendem à política de investir significativamente em GNL para a sua frota com contratos de afretamento de longo prazo — serão 14 navios de GNL bicombustível em serviço até o final de 2021. Portos e Navios

BR vende participação em projetos térmicos. Empresa concluiu a venda da totalidade de sua participação acionária nas empresas Pecém Energia S.A. (45%) e Energética Camaçari Muricy II S.A. (50%) para a brasileira CH4 Energia, controlada pela New Fortress Energy, dos EUA.

— O contrato de compra e venda das termelétricas foi assinado em 5 de fevereiro. Na época, o valor anunciado do negócio foi de R$ 50 milhões, reajustado pelo IPCA, dos quais R$ 21,250 milhões a serem pagos no ato de fechamento do negócio e R$ 28,750 milhões restantes quitados em até cinco dias úteis após o início das operações comerciais das sociedades vendidas.

— As sociedades Pecém e Muricy, ainda em fase pré-operacional, são responsáveis pela implantação, no estado da Bahia, das UTEs Pecém II e Muricy II, termelétricas a óleo diesel e a gás natural. Os projetos arremataram contratos em leilão de energia nova.

Cemig registra projetos solares na Aneel A estatal mineira de energia Cemig entrou com pedido junto à Aneel para o registro de projetos de geração solar em desenvolvimento pela companhia.

— A agência registrou o recebimento de pedidos de outorga da Cemig Geração e Transmissão, subsidiária da estatal, para usinas fotovoltaicas a serem desenvolvidas em São Gonçalo do Abaeté (MG), segundo despacho da Aneel no Diário Oficial da União de quarta (10/3).

— Os empreendimentos da Cemig, que formariam o complexo Jusante, somariam uma capacidade instalada total de 70 MW, dividida em sete empreendimentos com 10 MW cada, segundo documentos da Aneel. Reuters

Por e-mail, você recebe também recebe diariamente a agenda das autoridades

[sc name=”newsletter” ]