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Investimentos em óleo e gás devem recuar, em 2025, pela primeira vez desde a pandemia

Preço do barril vai levar investimentos em óleo e gás à primeira queda anual desde a pandemia

Exploração offshore de petróleo e gás natural ((Foto Divulgação)
Exploração offshore de petróleo e gás natural (Foto Divulgação)

NESTA EDIÇÃO. Desvalorização do preço do petróleo e enfraquecimento da demanda puxam primeira queda anual dos investimentos globais em óleo e gás desde 2020.

Petrobras negocia entrada na exploração de óleo e gás na Costa do Marfim.

TAG desenvolve novo projeto de gasoduto para o Nordeste. Consórcio Manati avalia abertura da planta de processamento para terceiros.

Produtora de etanol de milho quer perfurar novo poço para armazenamento de carbono no Mato Grosso.

E Lula pede, na França, investimentos para combate às mudanças climáticas.


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A combinação da queda no preço do barril de petróleo e as perspectivas de menor demanda vão levar os investimentos em petróleo e gás à primeira queda anual em 2025 desde a eclosão da pandemia de Covid-19, em 2020. 

Ao todo, a expectativa é de US$ 1 trilhão em investimentos no segmento este ano, valor 2% menor do que em 2024.

O cenário é reflexo sobretudo da redução nos investimentos em ativos não-convencionais nos Estados Unidos

  • Esse mercado é muito afetado pela escalada da guerra tarifária de Donald Trump e que elevou os custos de extração. 

A agência ressalta, no entanto, que os impactos não se restringem à produção nos EUA e que todos os operadores estão tendo de lidar com custos mais altos.

  • Globalmente, a atividade de exploração e produção deve receber US$ 570 bilhões, redução de 4% na comparação anual. O principal declínio virá da cadeia do petróleo. 

A IEA acredita que os gastos no segmento de gás natural liquefeito (GNL) vão seguir em trajetória de crescimento, sobretudo com novos projetos entrando em operação nos Estados Unidos, Catar e Canadá. 

  • Entre 2026 e 2028, o mercado de GNL vai ter a maior expansão de capacidade global da história, segundo a agência. 

Nesta quinta, no entanto, um sinal de alívio à vista, com indicações de aproximação entre EUA e China. 

O Brent para agosto, negociado na ICE, avançou 0,74% (US$ 0,48), a US$ 65,34 por barril.



Em busca de novas reservas na África. A Petrobras iniciou processo para adquirir direitos de exploração de petróleo e gás em nove blocos marítimos na Costa do Marfim, na costa oeste da África.

  • O Conselho de Ministros do governo marfinense aprovou a proposta da estatal brasileira, que avança agora para a fase de negociação com exclusividade dos contratos.

Preços dos combustíveis. A Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe (BA), reduziu o preço da gasolina em 2,4% a partir de quinta (5/6), para R$ 2,80 o litro. Já o diesel terá aumento de 3%, para R$ 3,29. A empresa segue o preço de paridade de importação e estava há quatro semanas sem reajustes.

ICL questiona isenções da Atem. O Instituto Combustível Legal divulgou nota, na quinta-feira (5/6), rebatendo a decisão da Justiça Federal que garantiu a continuidade de benefício fiscal para o grupo Atem.

  • Decisão recente da seção do Amazonas negou recurso da União para suspender o direito de a Atem contabilizar as operações de compras de mercadorias de empresas localizadas fora da Zona Franca de Manaus (ZFM) como se fossem exportações para o exterior. Com isso, essas aquisições não têm a incidência de PIS e Cofins.

Novo gasoduto no Nordeste. A Transportadora Associada de Gás (TAG) está estudando um novo projeto, chamado Veredas, para contornar gargalos na infraestrutura entre Pernambuco e Ceará.

  • O projeto foi apresentado à Empresa de Pesquisa Energética (EPE), disse a diretora de Desenvolvimento de Negócios da TAG, Luisa Franca, em entrevista ao estúdio eixos durante o Bahia Oil & Gas Energy. 

Compartilhando infraestrutura. O consórcio do campo de Manati, no litoral da Bahia, estuda abrir a unidade de processamento de gás associada ao ativo para outros agentes no mercado. O diretor de Novos Negócios da Brava Energia, Pedro Medeiros, afirmou que a iniciativa está em “estudos finais”.

Falando nisso… regulação do acesso às infraestruturas essenciais de gás natural precisa ser bem calibrada para não desestimular a livre negociação entre empresas, defendeu o vice-presidente Comercial e de M&A da PetroReconcavo, João Vitor Moreira, em entrevista ao estúdio eixos.

Mercado livre de gás. O presidente da Bahiagás, Luiz Gavazza, saiu em defesa da nova plataforma de comercialização de gás spot da companhia e disse que a iniciativa visa dar melhores condições de preços às indústrias e mitigar penalidades, e não inibir o mercado livre no estado.

  • A distribuidora espera avançar, nos próximos dois a três meses, no desenvolvimento da plataforma.

Biometano. A ANP concluiu os encontros do grupo de trabalho criado para definir as regras do programa de incentivo ao gás renovável. As discussões resultaram na inclusão de duas medidas prioritárias na agenda regulatória:

  • a definição de metas individuais de redução de emissões dos produtores/importadores de gás;
  • e a criação de critérios para certificação da origem do combustível. 

Lula na França. Presidente da República disse que o mundo precisará de US$ 1,3 trilhão para enfrentar as mudanças climáticas, sob o risco de “criar um apartheid climático” se isso não acontecer. Em visita de chefe de Estado à França, ele também rebateu críticas de Macron ao acordo Mercosul-UE.

Geração distribuída. Um dos pleitos da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine), na discussão da MP 1300/2025, é que a micro e minigeração distribuída compartilhada perca a isenção das tarifas de uso do sistema de distribuição (Tusd). A ideia é dar tratamento isonômico aos diferentes geradores.

COP30. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, disse nesta quinta (5/6) que a agenda de ações para implementação dos compromissos climáticos deve ter a primeira versão publicada na próxima semana. Será a quarta carta publicada pela presidência e terá seis eixos temáticos.

Prioridades na agenda. O Sustainable Business COP, iniciativa que busca levar contribuições do setor privado às conferências de clima, lançou nesta quinta-feira (5/6) sua agenda de temas prioritários para a COP30. E defendeu, na área de transição energética, o aumento do uso de renováveis para eletrificação e de combustíveis sustentáveis.

Descarbonização na indústria. Em 2024, quase metade das indústrias (48%) do país afirmou ter investimentos em energia de fontes renováveis, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em 2023, esse percentual era de 34%. 

  • O Nordeste está na liderança: 60% das indústrias instaladas na região apostam em projetos de energia limpa.

Armazenamento de carbono. A produtora de etanol de milho FS estuda a perfuração de um novo poço para armazenamento de carbono em sua planta de Sorriso (MT), além de uma unidade para produção de metanol renovável em sua outra planta, em Primavera do Leste (MT).

Minerais críticos para os EUA. A Amcham Brasil e a U.S. Chamber of Commerce entregaram aos governos brasileiro e norte-americano uma proposta conjunta de cooperação estratégica para o fortalecimento da cadeia de minerais críticos. A proposta é de uma aliança pragmática para diversificar a cadeia de suprimentos de minerais essenciais à transição energética.

Meio ambiente por último. O termo “sustentabilidade” gerou cerca de 18 milhões de conteúdos no Google Brasil no último ano, mas as pautas ambientais ocupam a última posição no ranking dos assuntos mais buscados de forma ativa no país, mostra uma pesquisa da Bulbe Energia.

Opinião: Os argumentos defendidos por entidades de seguros em relação ao mercado de carbono não devem ser encarados como um obstáculo ao avanço da pauta ambiental, escrevem Luciana Dias Prado, Amanda Correa, Gabriela Mello e Nina Meloni, sócia e advogadas do Lefosse, respectivamente.

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