Por Bete Nogueira, da Alter Conteúdo Relevante
Selma Moreira, diretora do Fundo Baobá para Equidade Racial, afirmou nesta quinta-feira (4) que empresas que apostam em diversidade de gênero e étnica podem ampliar seus lucros em 15% e 35%, respectivamente. Os dados, apresentados durante o Expert ESG, evento online realizado pela XP Investimentos, são da empresa de consultoria McKinsey.
“Ou seja, a diversidade é lucrativa, por isso temos que pensar nela em todos os estágios de gestão, até o topo das companhias”, afirmou a executiva, durante sua apresentação no painel “Sustentabilidade integrada à governança: estratégia e transparência”, que discutiu formas de processos mais inclusivos, assim como a transparência dos resultados e como essa nova forma de governança impacta na decisão dos investidores.
Paula Kovarsky, responsável pela área de Relações Institucionais e de ESG do Grupo Cosan, defendeu que os critérios ESG ajudam as empresas a tomar decisões corretas que vão garantir, que geram movimentos sustentáveis e retorno para os stakeholders.
“A gente tem que pensar na sociedade, na cadeia de fornecimento, colaboradores e acionistas. A evolução das métricas e a transparência de cada um dos indicadores é essencial para irmos na direção certa e valorizar as empresas que estão levando esse assunto a sério”, comentou Paula.
Marcelo Furtado, fundador da BLOCKc/ZCO2 e membro dos Comitês de Sustentabilidade da Duratex e da Marfrig, acredita que estar alinhado às práticas ESG é um caminho sem volta.
“Organizações que não sabem lidar com diversidade terão dificuldades de lidar com o mundo, que muda rapidamente e com impactos muito fortes. Diversidade não é um ‘fazer bem’, é uma maneira de evoluir e sobreviver. Quanto mais diversidade, mais saberes diferentes a organização terá para se adaptar e reagir às crises. Do ponto de vista de governança, a pergunta mais importante é: ‘o que eu não sei que eu deveria saber?’ A diversidade te dá essa oportunidade”.
Existe também grande preocupação com a pandemia da covid-19 e os reflexos das decisões das empresas na vida das pessoas. Os critérios de ESG, avaliaram, podem ajudar a tomar decisões que tragam impactos positivos na vida das pessoas.
A pandemia da covid-19 já matou mais de 260 mil pessoas no Brasil. Dados do consórcio de veículos de imprensa mostram que nas últimas 24 horas foram registradas 1.786 mortes, uma ligeira queda em relação aos recordes registrados nos últimos dois dias.
Selma Moreira defende que é preciso estar atento às decisões promovidas pelas empresas, que devem ser eticamente corretas e moralmente justas, indo muito além do que a lei prevê ou exige.
Para Furtado, está claro que falhamos como sociedade ao responder à pandemia. “Falhamos no combate à desigualdade e no enfrentamento às mudanças climáticas, mas dá tempo de fazer direito e investir num Brasil e em um planeta melhor. Se não agirmos para a transformação, continuaremos a viver uma situação negativa. Investir no lugar certo faz a diferença – colocar o seu recurso onde o mundo e as pessoas precisam.”