#tbt 10 promessas não cumpridas na área de energia

#tbt 10 promessas não cumpridas na área de energia

50 usinas nucleares. Hidrelétricas no meio da Floresta Amazônica. O maior complexo petroquímico da América Latina. A lista de promessas feitas na última década e não cumpridas é grande nos setores de petróleo, gás e energia elétrica.

Nosso  throwback thursday, popularmente conhecimento nas redes sociais como #tbt, que pode ser traduzido do inglês para quinta-feira do retorno ou regresso, não poderia ser mais atual. Na última terça-feira, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou  os estudos para a retomada das obras da usina Angra 3, paralisadas desde 2015, que indicam a necessidade de aumentar a tarifa da energia gerada para R$ 480,00/MWh, a valores de julho de 2018.

Na próxima semana, os credores da Sete Brasil vão tentar aprovar mais uma vez o Plano de Recuperação Judicial da empresa de sondas, que prevê agora que apenas quatro das 28 sondas serão concluídas e vendidas para saldar as dívidas da empresa.  A novela da recuperação judicial da Sete Brasil se arrasta há dois anos. A empresa tem, já atualizados pelo novo plano de recuperação judicial, R$ 17,4 bilhões em dívidas. A Sete Brasil Participações possui investimentos diretos e indiretos em mais de 40 empresas. São 11 holdings não operacionais e 29 SPEs.

Veja uma lista das 10 promessas mais mirabolantes que nunca saíram do papel:

1 – 50 nucleares em 50 anos

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O Brasil levou quase 30 anos para conseguir retomar o projeto da Usina Nuclear Angra 3, que já está parada novamente por conta do superfaturamento descoberto pela Operação Lava Jato. Isso não impediu, contudo, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de anunciar em 12 de setembro de 2008 que o país pretendia construir 50 usinas nucleares nos próximos 50 anos.

2 – Gasoduto do Sul

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Após um encontro entre os presidentes do Brasil, Lula, e da Venezuela, Hugo Chávez, no dia 7 de dezembro de 2006, foi anunciada a construção do gasoduto do Sul, para ligar a Venezuela à Argentina, passando pelo Brasil e por outros países da América do Sul. O projeto tinha custo estimado em US$ 20 bilhões e seria financiado por Brasil, Venezuela e Argentina. De acordo com o presidente Chávez, o primeiro trecho a ser construído será a ligação entre a faixa petrolífera do Orinoco, na Venezuela, ao Nordeste do Brasil, passando por Manaus.

3 – Meia Bolívia no Maranhão

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Em 12 de agosto de 2010, o empresário Eike Batista, na época o homem mais rico do país, anunciou que a sua petroleira OGX havia encontrado “metade de uma Bolívia” na Bacia do Parnaíba, no Maranhão. As ações da empresa subiram consideravelmente com a estimativa de 15 trilhões de pés cúbicos de reservas na região, volume que depois se revelou muito menor.

4 – 28 sondas da Sete Brasil

No próximo dia 15 de dezembro, os credores da Sete Brasil tentam mais uma vez aprovar o Plano de Recuperação Judicial da empresa, que tem dívidas da ordem de 19 bilhões. A empresa de sondas, idealizada na Petrobras para fornecer unidades de perfuração para o pré-sal, é hoje considerada um dos maiores fracassos empresariais do país. Em 11 de dezembro de 2012, o então presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, que confessou ter recebido junto com o diretor de Engenharia da empresa, Pedro Barusco, propina na contratação da construção das sondas de perfuração, anunciou que uma das sondas da empresa estava adiantada e que poderia ser entregue antes do prazo estipulado. Até hoje, contudo, nenhuma sonda foi entregue.

5 – PDVSA na Refinaria Abreu e Lima

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Novamente Lula e Chávez. Em 13 de dezembro de 2007, durante visita do ex-presidente Lula a Caracas, na Venezuela, foi anunciada a parceria entre a Petrobras e a PDVSA na Refinaria Abreu e Lima, instalada no Porto de Suape, em Pernambuco. A Petrobras esperou durante anos o aporte de recursos da estatal venezuelana no projeto até que, em setembro de 2013, desistiu da parceria e mudou o projeto, que teria até um trem de refino de óleo pesado da região de Carabobo, na Venezuela.

6 – 23 plataformas da OGX na Bacia de Campos

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Mais uma vez Eike Batista. Em 6 de junho de 2011, a OGX anunciou um plano de negócios para o desenvolvimento da produção de suas descobertas nas bacias de Campos e Parnaíba. Em Campos, previa a instalação de nada menos do que 23 plataformas até o fim do ano passado, sendo 12 FPSOs e 11 plataformas fixas. Dois FPSOs chegaram a produzir, um já parou e o outro, OSX-3, está atualmente em descomissionamento. Duas plataformas fixas foram contratadas, uma começou a ser construída pela Techint, no Paraná. A obra parou depois que a empresa deixou de receber recursos da empresa do Grupo X.

7 – Usinas-plataforma

Em 9 de maio de 2012, durante uma cerimônia de balanço de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo anunciou que, entre o fim de 2013 e início de 2014, licitaria as primeiras usinas hidrelétricas do tipo plataforma do país, baseada no conceito das plataformas de exploração de petróleo em alto-mar. Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia na época, explicou que o modelo era uma grande solução para a produção de energia na Amazônia, já que causaria menos impacto. O projeto nunca saiu do papel.

8 – Comperj, o maior projeto da história da Petrobras

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12/12/2012. Essa era a data prevista para o início da produção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que teve sua obra inaugurada pela primeira vez em 31 de março de 2008 pelo ex-presidente Lula, pelo ex-governador do Rio Sergio Cabral, hoje preso pela Operação Lava Jato, e a ex-presidente Dilma Rousseff. Seria o maiorpólo petroquímico da América Latina e o maior investimento da história da Petrobras. O projeto, que marcaria o retorno da empresa ao mercado petroquímico, teve seus planos adiados para a próxima década em 2015 e deixou de ser um projeto petroquímico, ficando apenas com 1 trem de refino.

 9 – Barril Verde da HRT

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Em 6 de junho de 2011, o presidente da petroleira HRT, Márcio Mello, lançou em Manaus um programa chamado Barril Verde: a cada barril produzido pela empresa na Bacia do Solimões (AM) doaria R$ 1 para a conservação da floresta e a melhoria da qualidade de vida de seus moradores para a Fundação Amazonas Sustentável (FAS). “É o petróleo que ajuda a proteger a Amazônia”, afirmou Mello. A FAS nunca viu um real do programa vindo da produção da HRT, já que até hoje as áreas, que foram compradas pela russa Rosneft, não entraram em produção.

 10 – Programa EBN

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A Área de Abastecimento da Petrobras – comandada por Paulo Roberto Costa, primeiro delator da Operação Lava Jato – lançou, no fim da década passada, o programa Empresas Brasileiras de Navegação (EBN), que previa a construção de 39 navios petroleiros em estaleiros brasileiros. Somente três dos navios foram entregues e em maio do ano passado a petroleira cancelou 16 dos contratos. Apenas as embarcações contratadas com a Delima Navegação saíram do papel até hoje.