Plataforma Continental Brasileira

ANP e Marinha se unem para reivindicar na ONU soberania sobre região marítima com potencial de petróleo

Agência fornece dados de exploração de petróleo para projeto da Marinha que busca ampliar território marítimo brasileiro junto à ONU

Área oceânica de 953.525 km2, referente à Plataforma Continental Estendida além das 200 M (azul mais forte), foi reivindicada pelo Governo Brasileiro no Addendum de 2006 (BRASIL, 2006) à Comissão de Limites da Plataforma Continental da ONU, nos termos do Artigo 76 e do Anexo II da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM). A área oceânica colorida em tons de azul representa a chamada Amazônia Azul (Fonte Mapa produzido pelo Leplac para o Addendum de 2006)
Área oceânica de 953.525 km2, referente à Plataforma Continental Estendida além das 200 M (azul mais forte). A área oceânica colorida em tons de azul representa a chamada Amazônia Azul (Fonte Mapa produzido pelo Leplac para o Addendum de 2006)

JUIZ DE FORA — A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou nesta segunda-feira (26/5) que se uniu à Marinha do Brasil numa iniciativa para reivindicar, junto à Organização das Nações Unidas (ONU), a expansão dos limites da plataforma continental brasileira na região da Margem Oriental/Meridional.

O trabalho, iniciado este mês, busca o direito de soberania de áreas submersas do litoral Sul, Sudeste e Nordeste – num movimento semelhante ao que resultou, em março, no reconhecimento da ONU sobre a ampliação da plataforma na Margem Equatorial (Norte/Nordeste).

A ANP participará por meio do compartilhamento de dados técnicos, como informações sísmicas e de poços de exploração de petróleo e gás, armazenados no Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP).

Esses registros ajudarão a comprovar que as formações geológicas são extensões naturais do território brasileiro, requisito para a aprovação pela ONU.

Brasil já conquistou soberania sobre área promissora 

Em março, o Brasil obteve da ONU o reconhecimento de seus direitos sobre uma área de 360 mil quilômetros quadrados na Margem Equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte.

  • Na prática, o país passa a ter direito de explorar os recursos naturais presentes no assoalho e subfundo marinho dessa área.
  • Há estudos que indicam a possibilidade de ocorrência de petróleo nessa região.

Segundo os tratados internacionais vigentes, cada país tem direito a uma área de cerca de 200 milhas náuticas (aproximadamente 370 quilômetros) a partir da costa. 

  • As convenções multilaterais determinam que as águas internacionais podem ser usadas para atividades econômicas, desde que não causem prejuízos ambientais. 

No caso brasileiro, as discussões sobre a ampliação da zona econômica exclusiva têm mais de 30 anos e contaram com a participação ativa da Petrobras

Em 2023, na mais recente rodada de áreas para exploração e produção de petróleo da ANP, a Equinor arrematou o primeiro bloco leiloado pelo Brasil em uma área além da zona econômica exclusiva. 

  • A área fica na Bacia de Santos, região de alto potencial para exploração de petróleo, conhecida como “espelho do pré-sal”.

No entanto, o avanço de atividades econômicas a distâncias tão grandes da costa é um desafio. 

  • As profundidades nessas áreas podem ultrapassar 3 mil quilômetros.
  • No caso da Margem Equatorial, há as dificuldades adicionais pelo fato de se tratar de uma região de nova fronteira, com controvérsias ambientais sobre as atividades de petróleo.

O pleito pela ampliação do limite marítimo não é exclusividade do Brasil — e alguns dos outros casos também têm o petróleo como pano de fundo. 

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias