Nova Indústria Brasil

Petrobras acena para indústria naval ao prometer mais encomendas de barcos com conteúdo local

CEO, Magda Chambriard, afirmou que a companhia "está correndo" na entrega de seu plano de investimentos

Presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em coletiva sobre o Plano de Negócios 2025-2029, em 22/11/2024 (Foto Guarim de Lorena/Agência Petrobras)
Presidente da Petrobras, Magda Chambriard, na coletiva de imprensa sobre o Plano Estratégico 2050 e o Plano de Negócios 2025-2029 | Foto Guarim de Lorena/Agência Petrobras

BRASÍLIA – A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta segunda-feira (26/5) que a companhia “está correndo” na entrega de seu plano de investimentos e sinalizou que a estatal pretende contratar mais embarcações de apoio com conteúdo local até o fim de 2026.

A meta, segundo ela, é contratar mais 48 barcos de apoio com “pelo menos 40% de conteúdo local” até o fim do ano que vem, quando se encerra o atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao lado de autoridades do governo como os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Magda acenou para o aumento das encomendas junto à indústria naval durante evento promovido pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e que marcou o anúncio da ampliação dos investimentos no programa Nova Indústria Brasil (NIB).

Ao todo, a Petrobras planeja investir US$ 111 bilhões entre 2025 e 2029. Desse valor, US$ 98 bilhões são para projetos em implantação e os outros US$ 13 bilhões em avaliação.

“É um investimento gigante, nós estamos correndo e nós precisamos da indústria nacional preparada para nos atender”, afirmou Magda.

Desvalorização do petróleo desafia agenda

A promessa de aumento das encomendas de barcos junto à indústria nacional marca uma mudança de tom na companhia em relação à gestão anterior, de Jean Paul Prates (2023-2024), que chegou a lançar um pacote de 38 embarcações sem previsão de conteúdo local.

A desvalorização do petróleo nos últimos meses, contudo, desafia a execução do plano estratégico da Petrobras.

Este mês,, Magda Chambriard afirmou que chegou a hora de “apertar os cintos”. Deixou claro que isso poderia significar ajustes, mas não corte de projetos, por ora.

“Postergar projetos lucrativos – e todos os nossos são testados a US$ 45 [o barril] – significa destruir valor. E não estamos dispostos a isso”, disse Magda, ao participar de teleconferência com analistas sobre os resultados financeiros do 1º trimestre.

A gestão da petroleira destacou, contudo, que será mais rigorosa na inclusão de novos projetos na carteira em implementação; e que pretende revisar o portfólio, para priorizar investimentos com capacidade de gerar mais fluxo de caixa positivo em horizontes menores.

Mais aportes do BNDES

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, anunciou que o banco irá aportar mais R$ 41 bilhões ao plano de investimentos do governo para a indústria. Com isso, a participação do BNDES no NIB sobe para R$ 300 bilhões.

Mercadante destacou o papel desses investimentos para o combate à crise climática, de modo que a indústria busque por alternativas com menor intensidade de carbono – incluindo a substituição de combustíveis fósseis por renováveis nos diversos processos produtivos.

O presidente do banco também chamou a atenção para o enfraquecimento da política global de combate às mudanças climáticas. Em seu discurso, citou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris e o direcionamento de recursos do PIB dos países para defesa, em meio à escalada das tensões geopolíticas.

“Nós estamos assistindo o descompromisso de muitos países com as metas e com a necessidade do mundo refletir sobre o que nós estamos atravessando. A COP30 será um palco decisivo para a gente tentar construir uma nova estratégia com mais ambição na defesa da Terra e do clima”, disse.

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