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Governo publica MP da nova tarifa social

Medida provisória também prevê a abertura total do mercado livre de energia a partir de dezembro de 2027

Lula assina MP da Reforma Do Setor Elétrico (21/05/2025) - (Foto: Tauan Alencar)
Lula assina MP da Reforma Do Setor Elétrico (21/05/2025) - (Foto: Tauan Alencar)

NESTA EDIÇÃO. Lula (PT) assina MP da reforma do setor elétrico e que prevê Nova Tarifa Social de Energia.

Senado aprova Nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental.

MME justifica que o decreto do biometano foi desenhado para assegurar o início do mandato já em 2026.

E trabalha para aperfeiçoar o marco regulatório e atrair investimentos privados à cadeia produtiva do urânio.


EDIÇÃO APRESENTADA POR

O presidente Lula (PT) assinou nesta quarta-feira (21/5) a MP 1300/2025, da reforma do setor elétrico. A medida provisória prevê a abertura total do mercado livre de energia a partir de dezembro de 2027 e institui uma nova tarifa social.

O benefício prevê a gratuidade da conta de luz para famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa e que consomem até 80 kWh/mês. A estimativa é garantir gratuidade a 16 milhões de pessoas.

Significa uma ampliação da tarifa social. Atualmente, segundo o MME:

  • quem gasta de 0 a 30 kWh tem direito a um desconto de 65%
  • quem consome de 31 a 100 kWh paga 40% a menos
  • e quem gasta de 101 a 200 kWh tem direito a um desconto de 10%.

A MP se soma ao Gás para Todos e à isenção do imposto de renda até R$ 5 mil como aposta do governo Lula para reavivar o apelo social de seu mandato. A tarifa social é uma política que a oposição terá dificuldade de conter no Congresso Nacional, em razão dos benefícios para as famílias mais pobres.

Lula disse nesta quarta (21/5) que a MP busca fazer justiça tarifária no país e “garantir liberdade para consumidor escolher de onde contratar”. (Estadão) 

O texto, dentre outros dispositivos, permite a abertura do mercado livre para consumidores industriais e comerciais de baixa tensão a partir de agosto de 2026 e para todos os consumidores, incluindo residenciais, a partir de dezembro de 2027.

A MP foi acordada em reunião fechada no Palácio do Planalto com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União/AP), e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos/PB), além de lideranças do governo.

  • Motta afirmou que o Congresso vai fazer uma ampla discussão sobre a MP da reforma do setor elétrico – tema, segundo ele, “bastante técnico”;
     
  • Alcolumbre disse que o tema é complexo e que buscará um “grande debate na comissão mista”, mas que o Congresso “está comprometido em contribuir, com maturidade institucional, para o aprimoramento do texto”. (Agência Senado)

A Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) teme que o texto, tido como positivo pelas distribuidoras, seja desvirtuado. E pede que não sejam incluídos subsídios na reforma do setor elétrico durante a tramitação no Congresso. 




Nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental. O Senado aprovou nesta quarta (21), por 54 votos a 13, o PL 2.159/2021, que traz ritos mais simplificados para projetos considerados prioritários pelo governo.

Na tramitação, foi incorporado um dispositivo que assegura “procedimentos simplificados e prioridade” aos empreendimentos relacionados à “segurança energética nacional”. A Abegás (distribuidoras de gás canalizado) manifestou apoio ao projeto. No governo, o assunto divide opiniões:

  • o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), acredita que o PL dará a Lula respaldo legal e clareza técnica para decidir sobre investimentos estratégicos que enfrentam resistências de ambientalistas; 
  • Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima opõe-se à nova lei

Biometano. O secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, justificou nesta quarta (21/5) que o decreto do biometano foi desenhado para assegurar o início do mandato já em 2026. O texto despertou críticas de produtores de gás e consumidores industriais.

Petróleo cai. Os contratos futuros do Brent, para julho, recuaram 0,72% nesta quarta, a US$ 64,91 o barril (Estadão). 

Guerra tarifária. América Latina emerge como destino preferido de exportadores que buscam acesso aos EUA a custos mais baixos desde abril, quando Donald Trump iniciou uma guerra tarifária sob o pretexto de fomentar a indústria nacional, mostra pesquisa da Allianz Trade. Energia e mineração estão no topo dos interesses.

Marco regulatório nuclear. O diretor de Planejamento e Política Mineral do MME, Anderson Barreto Arruda, disse nesta terça (20/5) que o ministério trabalha para aperfeiçoar o marco regulatório e atrair investimentos privados à cadeia produtiva do urânio.

Eletrificação. A Ford Motor está dando mais um passo atrás em suas ambições com veículos elétricos, permitindo que a rival Nissan use parte de sua principal fábrica de baterias nos EUA. A Ford utiliza apenas parte da planta.

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